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Alto comissário de direitos humanos preocupado com situação em vários países BR

Alto comissário para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein.
Foto: ONU/Jean-Marc Ferré
Alto comissário para os Direitos Humanos, Zeid Ra’ad Al Hussein.

Alto comissário de direitos humanos preocupado com situação em vários países

Direitos humanos

Zeid Al Hussein listou dezenas de nações de todos os continentes em seu relatório anual apresentado na 37ª. sessão do Conselho de Direitos Humanos; nas Américas, manifestou preocupação com forçadas armadas no Rio de Janeiro, a crise na Venezuela e interceptações de migrantes incluindo crianças na fronteira México-Estados Unidos.

O alto comissário de direitos humanos das Nações Unidas expressou preocupação com a situação de países em todos os continentes durante a apresentação de um relatório anual na 37ª. sessão do Conselho de Direitos Humanos, em Genebra, na Suíça.

Zeid Al Hussein falou de nações nas Américas incluindo Brasil, Colômbia, Estados Unidos, Honduras e Venezuela, entre outras.

Sobre a Venezuela, o alto comissário citou o aumento da má nutrição que afeta especialmente crianças e idosos. Ele afirmou que a separação de poderes está comprometida no país, e que a liberdade de opinião, expressão e de reunião pacífica está sendo severamente limitada e reprimida.

O alto comissário de direitos humanos das Nações Unidas expressou preocupação com a adoção de um decreto que colocou as forças armadas para combater a criminalidade no Rio de Janeiro.

Segundo ele, as forças armadas não são especializadas em segurança pública e investigação. Zeid pediu ao governo brasileiro que garanta que as medidas de segurança respeitarão os ditames dos direitos humanos. 

Ele afirmou a importância da sociedade civil nos trabalhos do Observatório de Direitos Humanos criado na semana passada para monitorar as ações militares.

Conselho de Direitos Humanos, em Genebra.
Foto: ONU/Elma Okic
Conselho de Direitos Humanos, em Genebra.

Ao citar o México, Zeid falou que está preocupado com uma nova medida de segurança interna que autoriza o uso das forças armadas na aplicação da lei sem garantias. Ao mesmo tempo, o alto comissário da ONU elogiou a entrada em vigor de uma nova lei contra a tortura. Zeid voltou a mencionar o desaparecimento de 43 estudantes da cidade de Iguala, há mais de três anos, e disse que emitirá um relatório sobre a investigação.

Sobre Honduras e Colômbia, o alto comissário relatou o aumento de intimidações e ameaças a defensores de direitos humanos e ativistas além de jornalistas. No caso da Colômbia, Zeid se disse alarmado com o aumento no número de assassinatos. Já são mais de 20 em apenas seis semanas este ano.

O chefe de direitos humanos da ONU afirmou estar chocado com casos de migrantes sendo interceptados na fronteira dos Estados Unidos com o México. Ele mencionou que dentre os migrantes estão crianças, que estão sendo detidas em condições que ele classificou de abusivas, separadas da família ou temperaturas abaixo de zero.

Zeid Al Hussein lembrou ainda que o governo americano acabou com o programa de refúgio para menores centro-americanos, conhecido como Daca, que oferecia a crianças e adolescentes uma esperança de segurança e de proteção temporária para centenas de milhares de pessoas.

O alto comissário finalizou seu comentário sobre os Estados Unidos ao falar da decisão do país de revogar o fechamento da prisão de Guantánamo dizendo que a detenção por tempo indefinido sem julgamento e em condições desumanas é considerada um desrespeito à lei internacional.

E alguns países foram elogiados pelo alto comissário por progressos realizados como o Equador que aumentou o diálogo com ativistas e com a mídia para acabar com a polarização política, a Arábia Saudita por suspender a necessidade de mulheres serem acompanhadas por homens para acessar serviços públicos e Portugal por tentar acabar com a discriminação ao povo Roma, também conhecido como ciganos, aumentando a participação deles na educação, em treinamentos e no mercado de trabalho.

Apresentação: Monica Grayley.