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Dia Internacional da Mulher: Carla Mucavi, diretora da FAO em Nova Iorque

Carla Mucavi.
FAO
Carla Mucavi.

Dia Internacional da Mulher: Carla Mucavi, diretora da FAO em Nova Iorque

Mulheres

Ex-embaixadora de Moçambique, Carla Mucavi foi ponto focal da mulher para as organizações internacionais, quando servia a seu país em Roma, na Itália.

Atualmente, ela ocupa o posto de chefe do escritório da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, em Nova Iorque, mas segue ativa na defesa dos direitos da mulher e da autonomia de mulheres e meninas.

Este ano, o Dia Internacional da Mulher, marcado em 8 de março, trata de um assunto que Carla Mucavi conhece bem através do seu trabalho com a FAO. A situação das mulheres camponesas. O tema de 2018 é: “O tempo é agora: ativistas rurais e urbanas transformando as vidas das mulheres.”

A brecha entre paridade de gênero, no campo ou na cidade, segue sendo motivo de alarme. No ano passado, o Fórum Econômico Mundial fez um alerta num relatório sobre a situação da paridade de gênero, que segundo o documento, deveria levar 200 anos para se tornar realidade.

Atuação

Carla Mucavi falou à ONU News sobre o que deve ser feito para mudar este quadro.

“Confiança. Levar à mulher, dar à mulher, dar o acesso à mulher aquilo que seriam os recursos. Não falo só dos recursos financeiros portanto aquilo que seriam as condições sociais. O acesso à educação, o acesso à saúde porque tendo o acesso, usando destas oportunidades e não deixar que as oportunidades que se lhes apresentam, escapem. Portanto, isso tudo poderá levar com que a mulher, de facto, possa fazer a  diferença e teria que com o apoio de todos os atores, os homens também porque é preciso que esta luta seja de todos.”

A ONU News conversou com algumas funcionárias da ONU que falam português para o especial Mulheres que Fazem a Diferença: Carla Mucavi, da FAO; Valeria de Campos Mello do Escritório Contra o Terrorismo; Marta Santos Pais, representante especial do secretário-geral sobre Violência contra Crianças e a conselheira-sênior do Unicef para crianças com deficiência, Rosangela Berman Bieler.

Como o trabalho delas na organização faz a diferença no mundo e o que aconselham a outras mulheres que querem, na sua área de atuação, contribuir para um mundo melhor e mais sustentável?

Dia Internacional da Mulher - Carla Mucavi

A primeira a ser entrevistada, Carla Mucavi, afirma que é preciso construir mais confiança dando à mulher o acesso aos recursos, as condições sociais, o acesso à educação e à saúde. Para ela, é preciso garantir as oportunidades para as mulheres façam a diferença. E de acordo com a ex-embaixadora, a cooperação dos homens é vital por que a luta tem que ser uma luta de todos.

Desenvolvimento Sustentável

Conheça alguns pontos chave da Agenda 2030 de desenvolvimento sustentável:

Até 2030, é preciso assegurar que todas as meninas e todos os meninos completem de forma livre e igualitária a educação primária e secundária de qualidade levando ao cumprimento do Objetivo de Desenvolvimento Sustentável número 4, que pede Educação de Qualidade para todos.

Até 2030, é preciso assegurar a todos os meninos e meninas o acesso ao desenvolvimento de qualidade para os primeiros anos de vida, com educação e cuidados pré-escolares para prepara as crianças para a educação primária.

Acabar com todas as formas de discriminação contra mulheres e meninas em todas as partes do mundo.

Mulheres trabalham em campos agrícolas no Burundi.
Foto FAO: Giulio Napolitano
Mulheres trabalham em campos agrícolas no Burundi.

Tráfico sexual

Eliminar todas as formas de violência a mulheres e meninas nas esferas pública e privada incluindo tráfico sexual e outros tipos de exploração.

Eliminar todas as práticas nocivas como casamentos infantis, precoces e forçados e a mutilação genital.

Neste 8 de março, o tema do Dia Internacional da Mulher coincide com a 62ª. sessão da Comissão da ONU sobre o Estatuto da Mulher, CSW.

O objetivo é chamar a atenção para os direitos e o ativismo das mulheres camponesas, que formam 25% de toda a população e são a maioria dos 43% das mulheres na força de trabalho agrícola.

*Apresentação: Monica Grayley