Perspectiva Global Reportagens Humanas

Para Acnur Angola, ainda é cedo para repatriar refugiados da RD Congo BR

Famílias que fugiram da violência na província de Kasai, na República Democrática do Congo, chegam ao assentamento de Lóvua, no norte de Angola.
Acnur/Rui Padilha
Famílias que fugiram da violência na província de Kasai, na República Democrática do Congo, chegam ao assentamento de Lóvua, no norte de Angola.

Para Acnur Angola, ainda é cedo para repatriar refugiados da RD Congo

Mais de 35 mil pessoas estão registradas na província de Lunda Norte; a maioria recebe assistência alimentar todos os meses; agência da ONU para Refugiados afirma que garantir segurança é essencial.

Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.

A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, em Angola, não está recomendando o repatriamento de congoleses que se refugiaram no país.

São mais de 35 mil pessoas da República Democrática do Congo que vivem na província de Lunda Norte. Deste total, 25 mil recebem ajuda alimentar todos os meses.

Insegurança

A ONU News conversou com a encarregada de relações externas do Acnur Angola. De Luanda, Margarida Loureiro explicou o que é necessário para que os civis possam regressar à RD Congo.

“O Acnur, neste momento, não promove qualquer espécie de repatriamento de refugiados em Angola para a região do Kassai. Nós temos informações dos nossos escritórios em Kinshasa e também na zona do Kassai, onde a situação é instável e não estão preenchidas as condições de segurança nem de dignidade para o retorno de refugiados do Kassai neste momento a residir em Lunda Norte, Angola.”

Vontade

Segundo Margarida Loureiro, o repatriamento deve ser um ato voluntário, já que é uma solução duradoura e por isso não pode ser feito contra a vontade dos civis congoleses.

O Acnur apoia a ação quando as condições no país de origem dos refugiados são boas, tanto na área humanitária quanto de segurança.