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Carta da ONU continua eficiente nos dias de hoje, dizem secretários-gerais

A Carta da ONU foi assinada em uma cerimônia realizada a 26 de junho de 1945.
ONU/Yould
A Carta da ONU foi assinada em uma cerimônia realizada a 26 de junho de 1945.

Carta da ONU continua eficiente nos dias de hoje, dizem secretários-gerais

Assuntos da ONU

Em reunião de alto nível no Conselho de Segurança, atual chefe das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que documento continua sendo guia para paz e segurança internacionais; já ex-líder, Ban Ki-moon, acredita que é hora de reformar o Conselho.

Alexandre Soares, da ONU News em Nova Iorque.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, e o seu antecessor, Ban Ki-moon, discursaram esta quarta-feira no Conselho de Segurança sobre os propósitos da Carta das Nações Unidas na manutenção da paz e segurança internacionais.

A reunião ministerial coincide com o 27º aniversário da expulsão das forças iraquianas do Kuweit por uma coligação internacional autorizada pelo Conselho de Segurança, em 1991.

Atualidade

António Guterres disse que “os propósitos e princípios da Carta respondem aos desafios de hoje de forma tão firme como respondiam às pessoas que tinham vivido uma das guerras mais horríveis que o mundo já tinha visto.”

O chefe da ONU disse que o globo enfrenta novos desafios, que as forças por trás dos conflitos são mais complexas e, por isso, as Nações Unidas têm de mudar.

O secretário-geral explicou, no entanto, que as reformas previstas, incluindo nas áreas da paz e segurança, desenvolvimento e gestão, apenas “pretendem tornar [a organização] mais eficiente no cumprimento da visão da Carta.”

Guterres diz que “o desafio da migração, assim como as ameaças das mudanças climáticas e a desigualdade vão testar a Carta e a capacidade de garantir um mundo melhor para todos.”

Crises

O ex-secretário-geral Ban Ki-moon também falou ao Conselho de Segurança. Ele deixou o posto em dezembro de 2016.

No seu discurso, o sul-coreano disse que a reforma do órgão “há muito tempo que devia ter acontecido.”

Ban disse que “para responder de forma eficiente aos desafios de segurança nacionais e transnacionais, como mudança climática, terrorismo, extremismo violento e insegurança transfronteiriça, o Conselho de Segurança deve fazer reformas que tornem o seu processo de decisão mais flexível.”

O ex-chefe da ONU disse que a situação na Península Coreana “é o mais sério e eminente desafio que o mundo enfrenta neste momento.” Quanto ao Médio Oriente, Ban afirmou que o mundo “deve preparar-se para uma era pós-Isil.”

Ban Ki-moon acredita que apenas quando a comunidade internacional “procure soluções para estes problemas através de meios pacíficos, será possível fazer cumprir os princípios e propósitos consagrados da Carta da ONU.”