Carta da ONU continua eficiente nos dias de hoje, dizem secretários-gerais
Em reunião de alto nível no Conselho de Segurança, atual chefe das Nações Unidas, António Guterres, afirmou que documento continua sendo guia para paz e segurança internacionais; já ex-líder, Ban Ki-moon, acredita que é hora de reformar o Conselho.
Alexandre Soares, da ONU News em Nova Iorque.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, e o seu antecessor, Ban Ki-moon, discursaram esta quarta-feira no Conselho de Segurança sobre os propósitos da Carta das Nações Unidas na manutenção da paz e segurança internacionais.
A reunião ministerial coincide com o 27º aniversário da expulsão das forças iraquianas do Kuweit por uma coligação internacional autorizada pelo Conselho de Segurança, em 1991.
Atualidade
António Guterres disse que “os propósitos e princípios da Carta respondem aos desafios de hoje de forma tão firme como respondiam às pessoas que tinham vivido uma das guerras mais horríveis que o mundo já tinha visto.”
O chefe da ONU disse que o globo enfrenta novos desafios, que as forças por trás dos conflitos são mais complexas e, por isso, as Nações Unidas têm de mudar.
O secretário-geral explicou, no entanto, que as reformas previstas, incluindo nas áreas da paz e segurança, desenvolvimento e gestão, apenas “pretendem tornar [a organização] mais eficiente no cumprimento da visão da Carta.”
Guterres diz que “o desafio da migração, assim como as ameaças das mudanças climáticas e a desigualdade vão testar a Carta e a capacidade de garantir um mundo melhor para todos.”
Crises
O ex-secretário-geral Ban Ki-moon também falou ao Conselho de Segurança. Ele deixou o posto em dezembro de 2016.
No seu discurso, o sul-coreano disse que a reforma do órgão “há muito tempo que devia ter acontecido.”
Ban disse que “para responder de forma eficiente aos desafios de segurança nacionais e transnacionais, como mudança climática, terrorismo, extremismo violento e insegurança transfronteiriça, o Conselho de Segurança deve fazer reformas que tornem o seu processo de decisão mais flexível.”
O ex-chefe da ONU disse que a situação na Península Coreana “é o mais sério e eminente desafio que o mundo enfrenta neste momento.” Quanto ao Médio Oriente, Ban afirmou que o mundo “deve preparar-se para uma era pós-Isil.”
Ban Ki-moon acredita que apenas quando a comunidade internacional “procure soluções para estes problemas através de meios pacíficos, será possível fazer cumprir os princípios e propósitos consagrados da Carta da ONU.”