Programa Mundial de Alimentos aumenta operação na RD Congo para conter fome
Cerca de 3,2 milhões de pessoas, um quarto da população de Kassai, precisa de ajuda alimentar; apoio chegava a 400 mil pessoas em dezembro, mas em janeiro desceu para 130 mil.
Alexandre Soares, da ONU News em Nova Iorque.
O Programa Mundial de Alimentos, PMA, vai distribuir mais dinheiro e enviar mais especialistas de saúde para a região de Kassai, na República Democrática do Congo, para tentar travar o aumento da fome.
A decisão foi tomada devido à subida da violência, desafios logísticos e falta de financiamento, que fizeram com que a ajuda descesse para menos de metade em janeiro.
Expansão
O PMA começou a distribuir dinheiro à população na semana passada. Nesse período, 38 mil pessoas receberam o equivalente de US$ 15, o suficiente para cobrir as necessidades básicas alimentares durante um mês. O objetivo é dobrar o número de beneficiários nas próximas semanas.
O representante do PMA no país, Claude Jibidar, disse que “os programas de nutrição e de dinheiro salvam vidas e devem ser expandidos rapidamente.”
Jibidar disse que a agência “não está a fazer tudo aquilo que poderia”, devido aos obstáculos logísticos, mas que “se a comunidade internacional não estiver à altura do desafio, mais pessoas, incluindo as crianças e mulheres vulneráveis, vão morrer.”
Ajuda
Cerca de 3,2 milhões de pessoas, um quarto da população de Kassai, precisa de ajuda alimentar.
O PMA chegou à região em setembro do ano passado e multiplicou a ajuda, passando de 40 mil para 400 mil pessoas até dezembro.
Problemas de financiamento, aumento de conflitos e a época das chuvas, no entanto, fizeram com que esse número descesse para apenas 130 mil em janeiro.
O representante do PMA no país diz que “esse recuo tem de ser corrigido rapidamente, mas para isso os conflitos têm de terminar e os doadores têm de estar à altura.”
Nas últimas semanas, a França enviou vários carregamentos de um suplemento alimentar, chamado Plumpy’Sup, que permitiram aumentar a intervenção na região
Com este auxílio, foi possível socorrer 56 mil crianças desnutridas em janeiro. As projeções são que, até junho, chegue a 140 mil pessoas.