Agências da ONU calculam que 35 milhões de crianças estavam vivendo como deslocadas ou refugiadas em 2016, mas o número real deve ser muito maior; relatório destaca necessidade de ação para proteger esses menores.
Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.
A falta de dados sobre refugiados, requerentes de asilo, migrantes e deslocados internos coloca em risco o bem-estar de milhões de crianças nessas situações. O alerta está sendo feito por agências da ONU e entidades parceiras, incluindo o Unicef e a Agência da ONU para Refugiados, Acnur.
Em 2016, mais de 12 milhões de crianças viviam como refugiadas e 23 milhões como deslocadas internas, seja por conflitos ou por desastres naturais. Mas as agências acreditam que o número real de crianças fora de suas casas é desconhecido e deve ser muito maior do que essas estimativas.
Mais dados
O relatório “Chamada por Ação: Protegendo crianças em movimento começa com melhores dados”, mostra como as estatísticas são cruciais para entender os fluxos de migração e para desenvolver políticas em apoio aos vulneráveis, incluindo crianças.
Alguns destaques do estudo são: existem informações oficiais sobre a idade de apenas 56% da população refugiada sob o mandato do Acnur. Apenas 20% dos países com dados sobre deslocados internos listam esses dados pela idade dos civis.
Proteção
Quase um quarto dos países não têm dados sobre idade dos migrantes, incluindo 43% das nações africanas. A falta de informação sobre crianças migrantes ou deslocadas as privam de receber proteção e serviços básicos.
O Unicef destaca ser difícil garantir a segurança das crianças se não se sabe quem elas são, onde estão ou o que precisam. A agência faz um apelo aos países para fornecerem esses dados e melhorar a cooperação para a partilha dessas informações.
Já o Acnur lembra que as crianças refugiadas merecem proteção e segurança, mas para garantir isso, é necessário ter dados mais concretos, incluindo informações sobre idade, sexo e origem desses menores. Isso é importante também para garantir que nenhum menor seja deixado para trás nem explorado.