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Conselho de Segurança discute situação na Guiné-Bissau

Conselho de Segurança debate situação da Guiná-Bissau.
Foto: ONU/Rick Bajornas
Conselho de Segurança debate situação da Guiná-Bissau.

Conselho de Segurança discute situação na Guiné-Bissau

Paz e segurança

Encontro reúne os 15 embaixadores do órgão, o representante especial do secretário-geral no país, Modibo Touré, e o embaixador do Brasil, Mauro Vieira, que preside a Configuração da Comissão de Consolidação da Paz das Nações Unidas na Guiné-Bissau.

Alexandre Soares e Monica Grayley, da ONU News em Nova Iorque.

O representante especial do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau, Modibo Touré, falou nesta quarta-feira no Conselho de Segurança sobre a crise de governação no país. A Guiné-Bissau vive um impasse político desde 2015.

Touré disse que, até estar terminado o ciclo eleitoral em 2019, a Guiné-Bissau “continua a ser um país que precisa de uma presença dedicada da ONU para prevenir uma maior deterioração da situação política e de segurança. ”

Sanções e primeiro-ministro

Touré afirmou que as sanções da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, Cedeao, contra 19 pessoas que dificultam a implementação do Acordo de Conacri estão a funcionar.

O representante especial acredita que “o estigma das sanções ajuda a focar as mentes das pessoas com poder no país na necessidade de fazer compromissos. ”

Touré contou que a nomeação de Artur Silva para primeiro-ministro, feita pelo presidente José Mário Vaz, no final de janeiro, tem sido criticada por quase todos, por isso não cumpre o requisito de unanimidade do Acordo de Conacri.

O representante-especial defendeu que “compete ao presidente nomear um primeiro-ministro consensual.”

Apoio

O embaixador do Brasil junto à ONU, Mauro Vieira, que lidera a Configuração da Comissão de Consolidação da Paz das Nações Unidas no país, também falou ao Conselho de Segurança.

Momentos antes, Vieira disse à ONU News que o encontro servia para reforçar o compromisso da comunidade internacional e pedir o cumprimento do Acordo de Conacri.  

“A mensagem é de apoio da comunidade internacional, o reforço do pedido para que seja respeitado o acordo de Conacri, justamente para encontrar uma forma de pôr fim a essa crise”, disse o embaixador.

Vieira confirmou também que vai a Washington para se encontrar com representantes do Banco Mundial sobre a cooperação com a Guiné-Bissau e que vai visitar o país nos próximos meses.

Esperança

Antes do encontro, a ONU News conversou com o embaixador da Guiné-Bissau junto da ONU, Fernando Delfim da Silva.

“Estou a rezar para que as coisas corram bem no meu país. Um país bonito, um país sofredor, e um país que merece outra situação. Estamos há dois anos nisto. É muito triste. Contamos com a solidariedade de todo o mundo”, disse o embaixador.

A Guiné-Bissau terá eleições legislativas em 2018 e presidenciais em 2019.