Refugiados congoleses morrem a tentar chegar a Uganda
Quatro pessoas perderam a vida quando um barco virou no lago Albert, entre a República Democrática do Congo, RD Congo, e Uganda; Acnur diz que mais mortes podem ocorrer; agência pede financiamento de US$ 368,7milhões.
Alexandre Soares, da ONU News em Nova Iorque.
A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, lamentou hoje a morte de quatro refugiados congoleses e avisou que mais pessoas podem perder a vida ao tentar sair do país.
Na semana passada, 22 mil refugiados da República Democrática do Congo, RD Congo, atravessaram o lago Albert para chegar ao Uganda. Desde o início do ano, 34 mil congoleses fizeram o trajeto.
Travessia perigosa
Os refugiados estão a usar pequenas canoas e barcos de pesca, muitas vezes com 250 pessoas, com excesso de lotação, para fazer uma travessia que chega a demorar 10 horas.
No acidente de 11 de fevereiro, em que morreram as quatro pessoas, os refugiados remavam há dois dias para chegar a outra margem, quando foram atingidos por grandes ondas.
O Acnur diz que nas últimas semanas as autoridades do Uganda tiveram de resgatar várias embarcações à deriva.
Crise de refugiados
A agência da ONU diz estar alarmada com a situação da violência no leste congolês, que leva as pessoas a fugir também para o Burundi e a Tanzânia, além do Uganda.
A agência calcula que mais de 5 milhões de pessoas tenham sido obrigadas a sair das suas casas devido ao conflito.
Cerca de 4,5 milhões de congoloses já estão no país. Mais de 680 mil encontraram refúgio no Uganda, no Burundi e na Tanzânia.
O Acnur prevê que a crise se vá agravar este ano e está a pedir aos dadores que contribuam. Dos US$ 368,7 milhões pedidos, no entanto, apenas 1% foi angariado.