ONU investiga alegações de abuso sexual após receber queixas na RD Congo
Casos envolvem capacetes azuis da Missão da ONU no país africano; conclusão do inquérito deve ocorrer em 90 dias.
Alexandre Soares, da ONU News em Nova Iorque.
A Missão da ONU na República Democrática do Congo, Monusco, informou que está a investigar quatro alegações incluindo casos de exploração sexual. Os trabalhos devem ser concluídos em até 90 dias.
A informação foi dada pelo porta-voz do secretário-geral da ONU num briefing a jornalistas nesta segunda-feira.
Parceria
Stephane Dujarric disse que “as Nações Unidas estão muito preocupadas com estas alegações, apesar dos esforços em parceria com os Estados-membros para prevenir exploração e abuso sexuais e mau comportamento.”
O porta-voz informou ainda que militares do contingente da África do Sul estariam envolvidos no caso. Os abusos sexuais teriam acontecido em três localidades diferentes: Sake, Beni e Goma. O Fundo de População das Nações Unidas, Unfpa, está no terreno a garantir que as vítimas recebem assistência.
Além das queixas de abuso sexual, a Monusco recebeu uma quarta reclamação sobre ataques físicos feitos a um jovem de 17 anos na zona de Kasai Oriental. A vítima recebeu assistência imediata do Unicef. Ele está recebendo apoio do Escritório Conjunto de Direitos Humanos.
Assistência
O porta-voz do secretário-geral disse que todos os Estados-membros foram informados das alegações. Um pedido para indicação de investigadores deve ser atendido em até cinco dias. A investigação será feita em conjunto com o Escritório de Supervisão Interna, Oios (na sigla em inglês).
Segundo a ONU, o Exército Sul Africano de Defesa deve investigar os casos.
O porta-voz do secretário-geral disse ainda que a prioridade agora é ajudar as vítimas.
Dujarric garantiu que a Monusco e outras agências da ONU vão “continuar a assegurar o bem-estar das vítimas e monitorar as suas necessidades.”
A Monusco vai também prestar assistência noutros pontos, como na colheita de amostras de DNA.