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Refugiados em centros da Grécia dizem ter medo de abuso sexual BR

OIM pede mais apoio da UE para com os migrantes
Foto Acnur (UNHCR): Achilleas Zavallis
OIM pede mais apoio da UE para com os migrantes

Refugiados em centros da Grécia dizem ter medo de abuso sexual

Migrantes e refugiados

Uma mulher contou ao Acnur que está há dois meses sem tomar banho com receio de ser atacada; mais de 600 pessoas que esperam asilo nas ilhas gregas reportaram terem sido vítimas de violência sexual.

Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.

A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, está muito preocupada com a situação nos centros de acolhida de refugiados nas ilhas gregas de Lesbos e Samos, por conta de relatos de violência e assédio sexual.

Uma mulher relatou ao Acnur que está há dois meses sem tomar banho com medo de ser atacada. Mais de 600 pessoas que buscam asilo e estão nas ilhas gregas reportaram terem sido vítimas de violência sexual e de gênero no ano passado.

Perigos

Apesar das tentativas do governo em resolver o problema da superlotação e as pobres condições dos centros de acolhida, a porta-voz do Acnur destaca que a situação é preocupante.

Cécile Pouilly explicou a jornalistas nesta sexta-feira em Genebra, que nos centros de acolhida de Lesbos e Samos, banheiros e latrinas são espaços que mulheres e crianças devem evitar após escurecer e até tomar banho durante o dia pode ser perigoso.

Poucas patrulhas

Cerca de 5,5 mil pessoas vivem nesses dois locais, que operam acima da capacidade. Os sobreviventes de abuso estavam relutantes em fazer as denúncias por conta do medo, da vergonha, da falta de ajuda, do estigma e da desconfiança. Por isso, o Acnur acredita que o número de incidentes possa ser muito maior.

No centro de refugiados de Moria, em Lesbos, trabalham cerca de 30 médicos, psicólogos e assistentes sociais, que dividem três salas. Os exames e consultas são feitos sem nenhuma privacidade. As patrulhas policiais também são insuficientes, especialmente de noite.