Perspectiva Global Reportagens Humanas

Especial: “Serviço e sacrifício” de tropas de paz do Chade no Mali

Chade reconhecido por intensificar a proteção de pessoas em áreas de conflito. Foto: ONU/Sylvain Liechti.

Especial: “Serviço e sacrifício” de tropas de paz do Chade no Mali

A ONU News apresenta a série de reportagens que durante as próximas semanas terá como foco as contribuições e o sacrifício de forças que atuam em 15 operações de paz em todo o mundo.

O Chade contribui com 1.424 homens que estão distribuídos por vários contingentes da organização das Nações Unidas.

Pacificadores chadianos como o sargento-chefe Mahamat Tahir Moussa Abdoulaye fazem patrulhas em ruas da cidade maliana de Kidal no norte.

Segurança

A missão da ONU no Mali, Minusma, foi estabelecida em 2013 para ajudar a implementar o acordo de paz com atividades como restabelecer a autoridade do Estado, ajudar o progresso da diplomacia, reforçar a segurança e promover os direitos humanos.

image
Em cinco anos, chadianos perderam 47 soldados do seu continente no Mali. Foto: ONU/Sylvain Liechti.
O subsecretário-geral para Operações de Manutenção da Paz  das Nações Unidas afirmou que no verdadeiro espírito da Carta da ONU, o Chade fortaleceu-se para promover a proteção de pessoas em ambientes de conflito.

Minusma

Mas Jean-Pierre Lacroix falou à ONU News dos cuidados a ter em situações como a do Mali, onde em 2017 a segurança piorou e o número de ataques contra a Minusma e as forças de defesa  locais aumentou.

“As nossas operações estão num contexto muito mais perigoso. O número de vítimas, de mortos, tem sido multiplicado por dois se comparado aos anos anteriores. Então, nós temos que reduzir o número de vítimas capacetes-azuis.”

Os chadianos perderam 47 soldados do seu continente em território maliano desde 2013. Ao serviço das Nações Unidas, 57 chadianos perderam a vida desde que o país passou a contribuir para tropas das Nações Unidas.

Estados-membros

Para Lacroix,  as ações de manutenção da paz da ONU, e para os milhões de pessoas servidas pela organização, dependem dos Estados-membros.

Os recursos e pessoal fornecidos às Nações Unidas devem “garantir operações para proteger civis e apoiar os processos políticos de uma forma eficaz em ambientes que são dos mais perigosos e complexos do mundo”.

O chefe das Operações de Paz disse que a missão no Mali continua a trabalhar incansavelmente para ajudar a trazer a paz para o país da África Ocidental.Sobre o Chade, Lacroix afirmou que “no verdadeiro espírito da Carta das Nações Unidas”, o país “intensificou a proteção das pessoas em conflito.

Serviço

O chefe das missões de paz destacou que a homenagem aos chadianos era pelo seu alto sacrifício ao serviço da paz. Ele agradeceu ao povo e ao governo do país pela contínua parceria com a ONU e o seu compromisso com a paz.

image
ONU agradeceu ao povo e ao governo do país pela contínua parceria. Foto: ONU/Sylvain Liechti.
Perante “a natureza cada vez mais desafiadora dos conflitos” atuais e o alto número de baixas recentes nas forças de paz, as Nações Unidas revelam que estão ativamente envolvidas na busca de soluções.

A meta é reduzir as mortes, melhorar a segurança incluindo a dos seus funcionários além de melhorar o desempenho geral das operações de paz da ONU para proteger os mais vulneráveis e nutrir a paz frágil.

Guerrilheiro

Um soldado de paz como Tahir que atuou em “operações contra o grupo terrorista Boko Haram no Chade e na Nigéria” destaca que o que tornou o que é hoje foi ter "nascido guerrilheiro, crescido na guerra e sempre ter ouvido o som do tiroteio", antes de ser enviado para a Minusma.

image
ONU revelou que manutenção da paz depende dos Estados-membros.Foto: ONU/Sylvain Liechti.
Agora no contingente do Chade revela que como parte de pacificadores, sente que não está em uma missão de guerra, mas em busca da paz no Mali.

A ONU destaca que com o evoluir dos conflitos, seguiu a mesma tendência em relação ao papel das operações de paz. Antes a organização monitorava e observava acordos de cessar-fogo e mantinha a paz.

As funções atuais incluem proteger civis, além de promover o Estado de Direito, o respeito dos direitos humanos, o apoio a eleições credíveis, o fortalecimento de instituições de governação, a ajuda aos esforços de desarmamento e a minimização do risco de engenhos explosivos.