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PMA preocupado com acesso dos rohingya a alimentos nutritivos BR

Após fugirem da violência em Mianmar, refugiados Rohingya vivem em locais improvisados superlotados em Cox’s Bazar, Bangladesh. Foto: Acnur/Saiful Huq Omi

PMA preocupado com acesso dos rohingya a alimentos nutritivos

Uma pesquisa mostra que 90% dos refugiados que estão em Cox’s Bazar receberam assistência alimentar, mas existe uma grande preocupação com a limitação a uma dieta balanceada; agência da ONU entrega cupons eletrônicos.

Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.

O Programa Mundial de Alimentos, PMA, fez uma pesquisa com 2 mil famílias rohingya que saíram de Mianmar e estão em Cox’s Bazar, Bangladesh, onde a situação de segurança alimentar é “extremamente precária”.

O PMA deve ampliar neste ano seu programa de cupons eletrônicos para ajudar mais civis, o que segundo a agência, custa menos do que distribuir comida. Segundo o estudo, as pessoas que recebem os vouchers tem acesso a uma dieta mais nutritiva do que os que não participam do programa.

Variedade 

Atualmente, 90 mil refugiados em Cox’s Bazar recebem o benefício do PMA, obtendo todos os meses um cartão de débito pré-pago que pode ser utilizado para comprar uma variedade de 19 alimentos, incluindo arroz, lentilha, vegetais, pimentas, ovos e peixe.

Os cartões eletrônicos são fornecidos às mulheres, para que elas possam decidir por suas famílias o que comprar.

A agência também entrega alimentos para os refugiados rohingya: arroz, óleo vegetal e lentilhas, uma porção de emergência que fornece calorias básicas, mas “sem conter diversidade”.

Vulnerabilidade 

Como foram registrados níveis muito baixos de desnutrição nos últimos meses, o PMA também fornece reforço nutricional para crianças abaixo dos cinco anos, grávidas e mulheres que amamentam.

A pesquisa mostra que em 70% das famílias, o consumo de alimentos está num padrão aceitável, sendo que os que recebem os cupons são os que mais conseguem acessar uma dieta nutritiva.

Mas em 80% das famílias, pelo menos uma pessoa ficou doente no último mês. O PMA lembra que desde agosto, mais de 65 mil rohingya deixaram Mianmar a caminho de Bangladesh.

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