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Nova especialista da ONU quer o fim do estigma da hanseníase BR

Paciente com hanseníase no Timor-Leste. Foto: ONU/Martine Perret

Nova especialista da ONU quer o fim do estigma da hanseníase

Portuguesa Alice Cruz é a primeira relatora da ONU para a eliminação da discriminação sofrida pelas pessoas com a doença; segundo ela, 200 mil novos casos surgem por ano; maioria dos casos está na Índia e no Brasil.

Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque. 

A primeira relatora da ONU para a eliminação da discriminação das pessoas com hanseníase está pedindo o fim do estigma da doença. A portuguesa Alice Cruz afirma que 200 mil novos casos surgem por ano.

Segundo ela, a doença continua sendo negligenciada e o maior número de casos ocorre na Índia, no Brasil e na Indonésia. A Organização Mundial da Saúde identificou 22 nações onde a ação deve ser prioritária, incluindo Moçambique e Nigéria.

Tratamento

A relatora explica que o número de casos “é alarmante e completamente desnecessário”. O apelo dela antecipa o Dia Mundial da Hanseníase, que será marcado neste domingo, 28 de janeiro.

Alice Cruz destaca que “nenhuma pessoa com lepra precisa ficar com deficiência, pois a doença pode ser facilmente curada com remédios se for detectada e tratada o mais cedo possível”.

Direitos Humanos

Sem tratamento, o paciente pode ficar com deformidades e dor crônica. Mas para a relatora, o fato de ainda haver casos em 2018 mostra que existem atrasos nos diagnósticos e falta de acesso a tratamentos de alta qualidade.

Cruz explica que a discriminação contribui ainda mais com o sofrimento dos pacientes. Ela pede mais informação e educação sobre a condição, para que o estigma acabe.

A relatora lembra ainda que os países precisam combater a discriminação contra a hanseníase e a exclusão das pessoas com a condição, já os governos “têm uma obrigação de direitos humanos” neste sentido.

Os relatores de direitos humanos da ONU trabalham de forma voluntária, sem receber salário. Alice Cruz foi nomeada em novembro de 2017.