Perspectiva Global Reportagens Humanas

FAO busca US$ 7,5 milhões para vacinar rebanhos no Sudão do Sul

Segundo José Graziano da Silva, 70% dos pobres que vivem em áreas rurais dependem da pecuária. Foto: ONU/Eskinder Debebe

FAO busca US$ 7,5 milhões para vacinar rebanhos no Sudão do Sul

Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação diz que iniciativa pode proteger 9 milhões de animais; corrida contra o tempo para concluir ação antes da estação de chuvas; medida ajuda a combater a fome.

Monica Grayley, da ONU News em Nova Iorque.

Uma agência da ONU está a buscar US$ 7,5 milhões para vacinar rebanhos no Sudão do Sul.

O apelo foi feito pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO. A saúde dos animais é fundamental para combater a fome no país africano.

Acesso

Em comunicado, a FAO informou que só tem um quarto da quantia necessária de US$ 10 milhões para realizar a campanha de vacinação de 9 milhões de animais.

A agência corre contra o tempo para evitar a estação de chuvas que dificulta o acesso aos campos.

O representante da FAO no Sudão do Sul, Serge Tissot, contou que em dois meses, com as chuvas, metade do país vai ficar isolada ou interditada.

Até o momento, foram vacinados 300 mil animais contra doenças como antraz, septicemia hemorrágica e outras. As campanhas ocorreram no estado de Aweil, no noroeste do Sudão do Sul.

Ervas

Agricultores contaram que o gado estava doente há vários meses, e que a vacinação foi feita a tempo de evitar mais perdas.

Um dos pastores, Kiir Mawein, disse que usou ervas para tratar o animal que ficou doente porque não existem remédios no local, mas a ação não resolveu, o animal piorou e pode até morrer.

Outros pastores têm que caminhar horas a pé para achar um veterinário ou remédios, o que quase sempre é muito caro para os donos.

Com a verba, a FAO pretende vacinar 9 milhões de cabeças e ainda criar três centros regionais para áreas remotas.

Desafios

O Sudão do Sul ainda tem outros desafios de temperatura com até 45ºC em dias de muito calor.

Além de providenciar alimentos, os rebanhos também são uma segurança financeira para os agricultores, que podem vender algumas cabeças em tempos de crise.

A FAO também ajudou a formar mil trabalhadores sobre saúde animal, que realizam controle dos rebanhos, testes e vacinas. Este ano, a agência quer capacitar mais mil profissionais.

O programa no Sudão do Sul conta com a ajuda dos Estados Unidos e da União Europeia assim como da Dinamarca, do Canadá, do Japão e outros países e organizações.