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Mais de 1 milhão de deslocados recebem apoio para enfrentar inverno no Iémen BR

Uma mulher deslocada internamente e sua filha olham a cidade de Sanaa, no Iémen, a partir do telhado do prédio onde está abrigada. Foto: Giles Clarke/ Ocha.

Mais de 1 milhão de deslocados recebem apoio para enfrentar inverno no Iémen

Acnur ajuda material e financeira para proteção; deslocados mais expostos vivem em assentamentos informais com pouca proteção contra o frio; mais de 32 mil pessoas foram deslocadas com o aumento da violência em dois meses.

Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.

A Agência da ONU para Refugiados, Acnur, anunciou esta quarta-feira a entrega de apoio de emergência a mais de um milhão de afetados pelo conflito no Iémen para ajuda-los a enfrentar o inverno.

Os artigos incluem colchões, cobertores, tapetes de dormir, conjuntos de cozinha e baldes. Em dezembro, a agência doou US$ 200 a mais de 18 mil famílias iemenitas, ou 130 mil pessoas, para se protegerem durante a estação.

Pouca proteção

Durante o inverno, várias províncias iemenitas atingem  temperaturas negativas. A situação agrava as dificuldades de muitas pessoas em especial dos deslocados que vivem em assentamentos informais onde há pouca proteção contra o frio.

Nos últimos dois meses, mais de 32 mil pessoas foram deslocadas devido ao aumento da violência. A crise recente também aumentou as necessidades humanitárias no país onde 75% dos 22 milhões de iemenitas precisam de apoio.

Mais de três milhões de pessoas foram obrigadas a deixar as suas casas desde o início do conflito no Iémen em março de 2015. Apenas um terço delas foi capaz de retornar.

Recursos

Entre os 2 milhões de iemenitas que continuam fora dos seus lares, quase 90% estariam nessa situação há mais de um ano.

De acordo com o Acnur, esse cenário coloca pressão sobre os recursos das vítimas e das comunidades anfitriãs num momento em que o Iémen está na iminência da fome.

O representante da agência no Iémen, Ayman Gharaibeh, disse que com o intensificar das hostilidades a resposta não vai apenas para o número crescente de famílias que fogem mas também para as vítimas do deslocamento prolongado.