Falta de financiamento para ajuda humanitária na RD Congo é enorme
Situação no país piorou de forma “dramática” no último ano segundo Organização Internacional para Migrações; são necessários US$ 75 milhões para atender a 4,3 milhões de deslocados.
Situação no país piorou de forma “dramática” no último ano segundo Organização Internacional para Migrações; são necessários US$ 75 milhões para atender a 4,3 milhões de deslocados.
Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.
A situação humanitária na República Democrática do Congo “piorou de forma dramática no último ano devido à escalada do conflito”, segundo a Organização Internacional para Migrações, OIM.
A violência se espalhou para áreas antes consideradas estáveis, como as províncias de Kassai e Tanganyika. Enchentes que causaram mortes, e ainda um surto de cólera pioraram a situação. Segundo a OIM, falta financiamento para as operações de ajuda humanitária.
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A agência está buscando, com urgência, US$ 75 milhões para poder atender os congoleses deslocados e as comunidades que os recebem nas províncias de Kivu, Tanganiyka e Kassai.
Segundo a OIM, 4,3 milhões de pessoas estão deslocadas, sendo que 1,7 milhão foram “forçadas, de forma violenta, a abandonar suas casas em 2017”.
A RD Congo concentra o maior número de deslocados internos em todo o continente africano. A falta de comida é o pior problema, sendo que 4 milhões de crianças menores de cinco anos estão em risco de desnutrição aguda.
Violência a mulheres
Mais de 7,7 milhões de pessoas devem ser impactadas por uma emergência alimentar e 10,5 milhões têm pouco ou nenhum acesso a cuidados de saúde. A OIM calcula ainda que 4,7 milhões de mulheres e de meninas serão expostas à violência de gênero este ano.
O chefe da missão da OIM na RD Congo, Jean-Philippe Chauzy, declarou que “a situação humanitária no país está num ponto de ruptura” assim como a capacidade da agência em responder à situação porque o financiamento é extremamente limitado”.
Segundo ele, os congoleses que fugiram das áreas violentas enfrentaram tortura, estupros e assassinatos de familiares.
Para este ano, a agência pretende continuar os trabalhos de coordenação nos acampamentos para deslocados; entregar itens de ajuda, garantir água, saneamento e higiene; responder aos casos de violência de gênero e ajudar crianças desacompanhadas ou separadas de suas famílias.
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