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No Sudão, ajuda humanitária pode passar da emergência para desenvolvimento BR

Refugiados sul-sudaneses no acampamento de Al Nimir em Darfur Oriental. Foto: Ocha/Sudão.

No Sudão, ajuda humanitária pode passar da emergência para desenvolvimento

Porta-voz do Ocha no país indica que progressos para paz em Darfur podem acelerar essa transição; vários sudaneses retornam de nações vizinhas; Sudão acolhe milhões de pessoas de países em conflito como Sudão do Sul e Eritreia.

Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.

A comunidade humanitária pensa numa nova forma de cooperação orientada ao desenvolvimento com o retorno de milhares de pessoas ao Sudão.

As declarações foram feitas à ONU News, de Cartum, pela responsável de Comunicação e Informação do Escritório da ONU de Assistência Humanitária, Ocha, no Sudão, Cristina Müller.

Origem

“A boa notícia é que a paz está se consolidando no país e isso transforma a situação, passando de emergência para desenvolvimento paulatinamente. Há agora uma certa estabilidade, há vários meses quase um ano. Apesar de haver ainda focos (de instabilidade) a paz é iminente. Nesse sentido, há hoje um número de deslocados que já começa retornar para áreas de origem e também refugiados sudaneses que estavam no Chade ou na República Centro-Africana, que são países vizinhos, e começam também a retornar para as áreas de origem.”

Em 2017, o Escritório lançou um apelo de ajuda humanitária para beneficiar  1,2 milhões de pessoas, dos mais de 4 milhões que foram obrigadas a deixar as suas casas.

Mudança

A porta-voz do Ocha no Sudão considera animadora a possível mudança na perspetiva da oferta de auxílio.

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Ocha apoia pessoas fugidas das guerras em países vizinhos. Foto: Ocha/Sudão.
“Ao invés de pensarmos na ajuda humanitária como sendo somente uma questão emergencial, devido ao longo tempo de ajuda humanitária, nós começamos a trabalhar com a geração de emprego, a melhoria de técnicas de manejo de recursos hídricos dentro das comunidades de deslocados. Este é um momento bastante interessante para o país até porque terminaram as sanções norte-americanas.”

Mas os desafios persistem no país onde no ano passado a comunidade doadora deu pouco menos de metade dos fundos para auxílio humanitário e também na economia.

Este janeiro, cerca de 1,5 mil pessoas regressaram às suas aldeias de origem em Darfur após 10 anos de asilo na República Centro-Africana.

Além de ter deslocados dessas áreas sudanesa, o Ocha apoia pessoas fugidas das guerras no Sudão do Sul, na Eritreia e de outros países vizinhos.

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