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Alto comissário da ONU diz que Irã deve investigar mortes em protestos BR

Zeid Al Hussein falou no Conselho de Direitos Humanos. Foto: ONU/Jean-Marc Ferré

Alto comissário da ONU diz que Irã deve investigar mortes em protestos

Em comunicado, Zeid Al Hussein afirmou que as autoridades do país têm que tomar medidas para evitar mais violência e tumultos; segundo ele, os manifestantes têm o direito de serem ouvidos; mais de 20 pessoas morreram.

Monica Grayley, da ONU News em Nova Iorque.

As Nações Unidas pediram às autoridades do Irã que respondam com grande cuidado à onda de protestos que ocorre no país para evitar mais violência e tumultos.

A declaração é do alto comissário de direitos humanos, Zeid Al Hussein. Ele também pediu ao Irã que investigue todas as mortes e ferimentos graves ocorridos até o momento. Segundo agências de notícias, mais de 20 pessoas morreram incluindo um menino de 11 anos.

Menino

A porta-voz de Zeid, Liz Throssel, falou à ONU News, de Genebra, sobre o apelo do alto comissário.

"O alto comissário de direitos humanos afirmou que esses relatos são profundamente perturbadores. Como sabemos, mais de 20 pessoas morreram nos protestos incluindo um menino de 11 anos.

Para o alto comissário, as autoridades iranianas têm de respeitar os direitos de todos os manifestantes. Ele disse que as autoridades devem evitar que a violência aumente e fique fora de controle, como foi o caso em 2009 no país."

Ele lembrou que os iranianos têm direito à vida e à segurança.

Preocupações

Zeid Al Hussein disse ainda que as investigações têm que ser imparciais e independentes.

O alto comissário lembrou que os cidadãos iranianos que estão saindo às ruas para expressar sua insatisfação precisam ser ouvidos, e as preocupações deles têm que ser resolvidas através do diálogo respeitando o direito à liberdade de expressão e de reunião pacífica.

Ele encerrou a nota pedindo às autoridades que libertem todos os detidos durante as manifestações. Segundo Zeid Al Hussein, os protestos pacíficos fazem parte de um processo democrático e não são crime.

Após a declaração de Zeid, o vice-porta-voz do secretário-geral informou que António Guterres está acompanhando a situação no Irã com preocupação.