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Para especialista da ONU, sonho americano estaria virando “desilusão” BR

Relator especial da ONU, Philip Alston. Foto: ONU/Loey Felipe

Para especialista da ONU, sonho americano estaria virando “desilusão”

Philip Alston é relator sobre pobreza extrema; ele passou duas semanas visitando cidades dos Estados Unidos, país que, segundo ele, está se tornando “campeão de desigualdades”.

Philip Alston é relator sobre pobreza extrema; ele passou duas semanas visitando cidades dos Estados Unidos, país que, segundo ele, está se tornando “campeão de desigualdades”.

Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.

O relator das Nações Unidas sobre pobreza extrema e direitos humanos terminou uma visita de duas semanas aos Estados Unidos. Philip Alston concluiu que o país, conhecido como “terra da oportunidade”, está se tornando “campeão da desigualdade”, nas palavras dele.

Alston analisou situação nos estados da Califórnia, Alabama, Geórgia, Oeste da Virgínia e na capital, Washington. Ele esteve também em Porto Rico.

Ilusão

O especialista declarou que o “sonho americano está se tornando rapidamente a ilusão americana”, porque o país tem a menor taxa de mobilidade social entre as nações ricas.

Na avaliação de Alston, não existe nenhum país desenvolvido onde eleitores têm tão pouco impacto em “resultados políticos”.

Ele criticou a maneira como alguns políticos e órgãos de mídia e imprensa definem “ricos como sendo pessoas patriotas e geradores de sucesso econômico”, enquanto os pobres seriam “perdedores e golpistas”.

Ao fazer um balanço da visita oficial aos Estados Unidos, o relator da ONU cita dados do censo americano, divulgados em setembro, apontando que mais de 40 milhões de pessoas, ou mais de uma entre oito, estão vivendo na pobreza.

Pobres

Philip Alston teme que propostas políticas relacionadas aos impostos e a benefícios sociais possam ter consequências graves a 20% dos americanos, que representam os mais pobres do país.

Alston é relator sobre pobreza extrema e direitos humanos e trabalha como professor da Universidade de Nova York, nos Estados Unidos. Os relatores especiais da ONU trabalham de maneira voluntária, sem receber salário.

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