Enviado da ONU diz que morte do ex-presidente do Iêmen é um evento adverso
Ould Cheikh Ahmed cita impacto arrasador dos níveis alarmantes da violência sobre população civil; projéteis teriam caído perto do complexo da ONU em Sanaa na segunda-feira.
Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.
O Iêmen foi tema em debate à porta-fechada no Conselho de Segurança em que discursaram o enviado especial do secretário-geral para no país, Ismail Ould Cheikh Ahmed, e o coordenador de Ajuda Humanitária, Mark Lowcock.
Falando a jornalistas, em Nova Iorque, o porta-voz das Nações Unidas disse que a morte do ex-presidente iemenita foi um dos temas mencionados pelo representante do chefe da organização durante a reunião desta terça-feira.
Dinâmica
Stephane Dujarric contou que Ould Cheikh Ahmed disse que o assassinato do ex-presidente do país, Ali Abdullah Saleh, e de outras pessoas é um evento adverso que “vai constituir uma mudança considerável na dinâmica política”.
O enviado da ONU declarou que os níveis alarmantes de violência no Iêmen têm um impacto arrasador sobre a população civil. O apelo às partes do conflito é que demonstrem contenção e se abstenham de ações de provocação.
Para Ould Cheikh Ahmed, a necessidade de um acordo negociado é mais prememente que nunca. O mediador reiterou que apenas um processo de paz inclusivo pode trazer uma solução pacífica, viável e sustentável para o povo do Iêmen.
Fome
Para o chefe humanitário, Mark Lowock, a situação humanitária continua grave, com milhões de iemenitas afetados pela “pior fome dos tempos modernos” e com cerca de 8,5 milhões de pessoas à beira de sofrer com a situação.
Mesmo com as promessas de um cessar-fogo humanitário, divulgadas esta terça-feira, o chefe humanitário destacou relatos de ações no terreno apesar de terem reduzido.
Pelo menos “dois ataques aéreos da coligação que apoia o governo” ocorreram perto do o complexo da ONU em Sanaa. Os projéteis teriam caído a menos de um quilómetro do local.
A ONU reiterou que os ataques dirigidos às Nações Unidas e as instalações humanitárias e infraestrutura civil são estritamente proibidos pelo direito internacional humanitário.
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