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OIM: familiares ligados a quase metade dos casos de tráfico de crianças BR

Crianças são mais comumente traficadas para exploração sexual forçada, mendicância e trabalho doméstico. Foto: OIM/Amanda Nero

OIM: familiares ligados a quase metade dos casos de tráfico de crianças

Dados foram divulgados pela Agência da ONU para Migrações com base numa pesquisa realizada em mais de 100 países, que ouviu 80 mil vítimas; extensão do envolvimento familiar no tráfico de menores é até quatro vezes maior do que em casos envolvendo adultos nos casos analisados.

Laura Gelbert Delgado, da ONU News em Nova Iorque.

Quase metade de todos os casos identificados de tráfico de crianças começam com algum envolvimento de um membro da família. Os dados foram divulgados pela Agência da ONU para Migrações, OIM.

A agência realizou uma pesquisa em parceria com organizações não-governamentais sobre o tema em mais de 100 países analisando os testemunhos de 80 mil vítimas.

Famílias

Estas estatísticas, que são fundamentais para ações de prevenção ao tráfico humano e de identificação e proteção de sobreviventes, são baseadas em informações do primeiro portal de dados sobre tráfico humano, Ctdc, que inclui contribuições de diversas agências.

A extensão do envolvimento familiar no tráfico de crianças é até quatro vezes maior do que em casos envolvendo adultos. Segundo a OIM, isto sugere a necessidade de mais ações de prevenção voltadas especificamente para crianças e suas famílias.

Além disso, os meninos têm probabilidade maior de serem recrutados por um familiar do que meninas.

Crianças são mais comumente traficadas para exploração sexual forçada, mendicância e trabalho doméstico.

Abusos

Os novos dados também mostram que crianças têm probabilidade maior de serem coagidas ao tráfico através de abusos físicos, sexuais e psicológicos; já os adultos são mais propensos a serem controlados por terem os documentos confiscados ou terem alguém explorando seu status irregular em um país estrangeiro.

O Ctdc é um novo portal de dados iniciado pela OIM, em parceria com a Polaris, uma organização não-governamental que trabalha para combater e prevenir e escravidão moderna e o tráfico humano.

O objetivo é abrigar o maior depósito de dados, com acesso aberto, sobre tráfico de pessoas.

O chefe da OIM, William Lacy Swing, afirmou que a agência está assumindo um papel de liderança em aumentar o acesso à informação essencial para fortalecer ações de combate ao tráfico.