Dois especialistas independentes em direitos humanos elogiaram a transição de poder “sem derramamento de sangue”; eles lembraram que essas medidas econômicas estão em vigor desde o início deste século.
Monica Grayley, da ONU News em Nova Iorque.*
A troca de poder no Zimbábue, que pôs fim ao regime de Robert Mugabe, deve abrir as portas para o levantamento de sanções ao país.
A declaração consta de um comunicado, emitido por dois relatores especiais de direitos humanos.**
Emergência
Idriss Jazairy especialista em impacto negativo sobre medidas unilaterais coercitivas e Alfred de Zayas, relator independente sobre a promoção de uma ordem internacional democrática e equitativa assinaram o documento.
Eles elogiaram a saída de Robert Mugabe sem derramamento de sangue. O ex-presidente estava há 37 anos no poder.
Para os relatores, a renúncia do ex-líder do Zimbábue anuncia a emergência de uma nova era que tem que ser baseada na democracia e no Estado de direito.
Mas de acordo com os especialistas, nada disso será possível se o país continuar à sombra da coerção econômica.
Mudanças
O comunicado lembra que as sanções estão em vigor desde o início deste século, e que as medidas só levaram ao sofrimento do povo, em vez de promover mudanças.
Os especialistas disseram ainda que a economia do Zimbábue está fortemente concentrada em determinados setores, e que as sanções apenas sobre algumas pessoas ou empresas poderiam ter um impacto arrasador.
Eles encerraram o comunicado pedindo à comunidade internacional que atue com o país africano para restaurar a economia e o sistema financeiro, criando as condições necessárias para eleições livres e justas.
Para os relatores, o trabalho pela paz e pela prosperidade no Zimbábue é dever de todos.
*Apresentação: Eleutério Guevane.
**Os relatores especiais atuam de forma independente e individual, não são funcionários da ONU e não recebem salário pelo trabalho prestado.