Perspectiva Global Reportagens Humanas

Acnur preocupado com assassinatos de líderes comunitários na Colômbia BR

Foto: Pnud Colômbia/Mauricio Cardona (arquivo)
Eleições acontecem no domingo

Acnur preocupado com assassinatos de líderes comunitários na Colômbia

Em comunicado, Agência da ONU para refugiados afirmou que o número de mortes e ameaças a defensores de direitos humanos e ativistas está aumentando na Costa do Pacífico; na maioria dos casos, vítimas são indígenas ou afro-colombianos.

Monica Grayley, da ONU News em Nova Iorque.

Foram 78 mortes de líderes comunitários ou membros de organizações civis somente este ano. Deste total suspeita-se que 13 podem ter sido assassinados. Esta situação está ocorrendo na região do Pacífico na Colômbia. Segundo a Agência da ONU para Refugiados, Acnur, a maioria das vítimas é indígena ou afro-colombiana.

O alerta foi feito em comunicado, divulgado pelo Acnur, nesta sexta-feira, em Genebra.

Ameaças

A agência disse que o aumento no número de mortes de líderes comunitários e defensores de direitos humanos é preocupante.

De Genebra, o porta-voz do Acnur. William Spindler, falou com a ONU News.

"Vemos que há um problema recorrente na Colômbia, um aumento no número de assassinatos e ameaças aos defensores de direitos humanos e aos líderes comunitários, sobretudo os líderes de comunidades indígenas e afrocolombianos. É uma situação muito preocupante. Pedimos às autoridades que aumentem os mecanismos de proteção para essas pessoas, mas também para as comunidades que elas representam".

Há um mês, um líder da comunidade, José Jair Cortés, no departamento de Nariño, no sudoeste do país, foi morto por membros de um grupo armado, ainda não identificado.

De lá para cá, pelo menos outros sete líderes foram mortos e muitos outros sofreram ameaças. Para a agência da ONU, a situação é alarmante.

No caso de Cortés, ele já estava sob proteção policial após sofrer intimidações. Na área onde foi assassinado, existe um grande movimento de colombianos que fogem de suas casas por causa da violência. Pelo menos 1,5 mil pessoas estão nesta situação até agora, e muitas vivem confinadas.

Mineração

Por isso, não podem praticar atividades como pesca ou plantações para sua subsistência.

Já entre 7 e 12 de novembro, 46 famílias foram obrigadas a fugir de suas casas no mesmo Departamento de Nariño.

O Acnur informou que a implementação do Acordo de Paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, Farc, anunciado há um ano, levou a vários desafios para as comunidades afetadas pela violência e pelo tráfico de drogas.

Um outro problema nessas áreas é a presença de grupos armados e de mineração ilegal.

Comunicações

O chamado “vácuo de poder” causado pela saída das Farc transformou vários territórios em centros de disputas entre antigas e novas facções armadas.

A situação está sendo agravada pelo atraso em implementar medidas legais posteriores ao Acordo de Paz.

O Acnur pediu às autoridades colombianas que implementem proteção adicional a indivíduos e comunidades que estão sob risco. Isto inclui uma presença policial nas áreas, consultas com as comunidades locais e uma infraestrutura de comunicações além de outras medidas.