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Juiz brasileiro será responsável por custódia dos Arquivos de Nuremberg BR

Vista do Palácio da Paz em Haia, sede da Corte Internacional de Justiça, em 1957. Foto:ONU/VW

Juiz brasileiro será responsável por custódia dos Arquivos de Nuremberg

Professor Antônio Augusto Cançado Trindade explicou que iniciativa é resultado de um acordo autorizado pelo Departamento Jurídico das Nações Unidas e por potências aliadas da Segunda Guerra Mundial; acervo fará parte de exposições permanentes em Washington e Paris.

Monica Grayley, da ONU News em Nova Iorque.

O conteúdo dos Arquivos do Tribunal Militar Internacional de Nuremberg passará a fazer parte de exposições permanentes sobre as atrocidades cometidas pelo nazismo durante a Segunda Guerra Mundial.

A informação foi dada à ONU News, pelo responsável pela custódia dos arquivos, o juiz da Corte Internacional de Justiça, CIJ, o professor brasileiro Antônio Augusto Cançado Trindade.

Crueldade humana

Nesta entrevista após sua reeleição para a CIJ, na semana passada, Cançado Trindade explicou como se deu a proposta de tornar os arquivos parte de exposições permanentes sobre o Holocausto nos Estados Unidos e na França.

“Um acordo com a autorização das Nações Unidas, e também as potências aliadas da Segunda Guerra, a manter a guarda dos arquivos de Nuremberg. Então, nós agora, conseguimos que o contéudo dos arquivos de Nuremberg seja incluído nas exposições permanentes no Museu do Holocausto, em Washington, e do Memorial de la Shoa, em Paris. Pela primeira vez, isso será dado a público, e eu tenho uma honra enorme de ser o responsável por esta custódia com vistas a contribuir ainda mais a preservar a História, a luta contra

a crueldade humana e em defesa dos valores comuns superiores, que orientam toda a comunidade internacional.”

A autorização partiu do Departamento Jurídico das Nações Unidas. Os registros são parte da coleção da Biblioteca da Corte Internacional de Justiça, confiados pelo Tribunal Militar Internacional de Nuremberg à CIJ em outubro de 1946.

Os arquivos têm vídeos, documentos, gravações em discos de metal e uma série de exibições.

A coleção da Biblioteca da CIJ tem cerca de 60 mil volumes com mais de 30 mil títulos, mas não é aberta ao público.