Preços de alimentos em alta apesar de largas produção e oferta, alerta FAO BR

Agência da ONU afirma que custos da importação devem subir em 2017 para mais de US$ 1,4 trilhão, um aumento de 6% em comparação ao ano anterior; especialista espera mais equilíbrio para o próximo ano.
Monica Grayley, da ONU News em Nova Iorque.
O preço dos alimentos para importação deve subir 6% em 2017. A previsão é da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO.
A informação consta do relatório “Panorama da Alimentação”, lançado nesta quinta-feira em Roma, sobre o valor de commodities incluindo cereais, oleaginosas, pescado, carnes, frutas tropicais etc.
Transporte
Em comunicado, a agência informou que a alta ocorre em meio a larga produção e uma ampla oferta. Uma das razões é a subida do preço do transporte.
A conta total será de mais de US$ 1,4 trilhão em 2017, o que representa um aumento de 6% se comparado ao ano passado.
O economista-sênior da FAO, Abdolreza Abbassian, comentou outros fatores que podem provocar a alta no preço das importações.
Segundo Abbassian, é interessante notar que apesar de um cenário favorável, a demanda ainda é forte, e que deve haver um aumento a cada ano para todas as mercadorias agrícolas à exceção do açúcar.
Boa performance
Para o especialista, o mercado tende a ajustar os preços de forma mais equilibrada em 2018.
A FAO destacou as implicações socioeconômicas do aumento para os países menos desenvolvidos, com alto volume de importação.
O Panorama da Alimentação é divulgado duas vezes ao ano, examinando a situação do mercado.
A conta de importação de carnes, por exemplo, deve ficar 22% mais alta que no ano passado, chegando a US$ 176 bilhões.
O relatório prevê um cenário de oportunidades para frutas tropicais com mais exportação de manga, abacaxi, mamão e abacate. Combinados, eles devem fechar este ano com um valor de US$ 10 bilhões.
Brasil, China, Costa Rica, Índia e México
A boa performance é promissora também para o desenvolvimento rural e o combate à pobreza com mais negócios para pequenos agricultores.
Somente em 2017, devem ser produzidas 92 milhões de toneladas das quatro frutas. Dentre os maiores produtores estão Brasil, China, Costa Rica, Índia e México.
Já o recorde na produção de mandioca deve ocorrer na África. Segundo o Panorama da FAO, esta é a terceira fonte mais importante de calorias em áreas tropicais após o arroz e milho.
A África Subsaariana deve produzir 156 milhões de toneladas este ano.