Perspectiva Global Reportagens Humanas

ONU-Habitat defende proatividade para desenvolvimento local na Guiné-Bissau

Secretário de Estado do Plano da Guiné-Bissau, José Biai, e o conselheiro da ONU-Habitat, Mathias Spaliviero. Foto: Amatijane Candé.

ONU-Habitat defende proatividade para desenvolvimento local na Guiné-Bissau

Envolvimento de membros das comunidades criou plano de ação de resiliência em Bafatá e Bolama; Agência aposta na capacitação para facilitar desenvolvimento urbano.

Amatijane Candé, de Bissau para a ONU News.  

O Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos, ONU-Habitat ajudou as regiões de Bafatá e Bolama, leste e sul da Guiné-Bissau, a criar um quadro para avanço da ação de resiliência das cidades.

Agência prestou apoio técnico e financeiro à iniciativa com a sigla CityRAP como parte do seu programa de cooperação com o país.

Desenvolvimento Urbano

A intervenção no território guineense inclui elaboração de políticas e legislação com vista a ajudar o governo e as autoridades locais na melhoria do processo de urbanização.

Falando a ONU News na capital guineense, o Conselheiro Sénior do Escritório Regional da UN-Habitat, Mathias Spaliviero, ressaltou o potencial humano como motor do desenvolvimento.

“Nós esperamos que isto propulse um pouco as dinâmicas do desenvolvimento local. Todo o processo de resiliência se baseia no princípio de primeiro criar a capacidade ao nível local porque a resiliência começa pelo homem e mulher. As pessoas são aquelas que levam para a frente o processo de resiliência e sem capacitá-las, envolvê-las, fica difícil o processo do desenvolvimento no geral”.

Mãos a Obra

O especialista baseado no Quénia disse que a agência também atua no ordenamento do território e planeamento urbano além da melhoria dos assentamentos informais no campo dos serviços básicos e emprego juvenil.

Movido pela experiência em outros países, o Conselheiro para os Assentamentos Humanos mostrou-se otimista em relação ao sucesso do projeto.

“Nós implementamos esta metodologia já em nove países africanos e o que estou a observar é que a um dado momento perdemos o controlo do processo porque já são as próprias pessoas que estão a fazer a planificação que estão a levar isso para a frente. Passar de uma atitude passiva de ficar a espera que haja uma ajuda externa a uma atitude ativa”.

Crescimento Populacional

De acordo com Mathias Spaliviero, assiste-se atualmente um processo de urbanização muito rápido na África Subsariana onde os países não estão preparados para a “explosão demográfica” e possíveis repercussões negativas.

A ação da agência destaca-se a redução de riscos e resiliência. Bissau acolheu recentemente um seminário nacional com atores sociais, organizações, dirigentes administrativos e titulares do poder tradicional das regiões de Bafatá e Bolama.