Guterres encerra visita à República Centro-Africana falando ao Parlamento BR

Secretário-geral discursou na Assembleia Nacional do país, encontrou-se com jovens e mulheres, e concedeu última entrevista a jornalistas após chegar ao país em 24 de outubro.
Monica Grayley, da ONU News em Nova Iorque.
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, encerrou nesta sexta-feira sua visita oficial à República Centro-Africana.
Logo de manhã, ele discursou na Assembleia Nacional do país, encontrou-se com jovens e mulheres e deve falar a jornalistas antes de iniciar seu caminho de retorno a Nova Iorque.
Proteção de civis
António Guterres chegou à República Centro-Africana em 24 de outubro para passar o Dia da ONU com boinas-azuis numa operação de paz.
Nesta entrevista à ONU News, realizada pelo repórter Vladimir Monteiro, Guterres comentou a decisão de homenagear as forças da organização.
“Primeiro gesto de solidariedade com as forças de manutenção da paz das Nações Unidas, com os capacetes azuis. Soube que tive a ocasião de ir a Bangassou, onde 12 foram mortos, recentemente. E exprimi toda a solidariedade e todo o orgulho que tenho em pertencer a mesma organização, onde esta gente sacrifica as suas vidas para proteção dos civis, em circunstâncias tão dramáticas como as que pude presenciar.”
O chefe da ONU descreveu ainda sua solidariedade com o povo centro-africano como a razão da visita. Segundo ele, é hora de o país virar a página e começar a construir um futuro de paz e prosperidade para todos.
Esperança
Durante a viagem, Guterres foi a Bangassou, uma das áreas mais afetadas pelos confrontos, e ouviu de perto o drama dos deslocados internos pela violência entre as facções cristã anti-Balaka e a muçulmana, ex-Seleka. Ao todo, 600 mil pessoas já fugiram de suas casas desde o início dos combates em 2013.
Na entrevista à ONU News, Guterres afirmou deixar o país com esperança de um futuro melhor.
“Com esperança. Acho que os encontros que tive com o presidente, os encontros que tive com toda a equipe das Nações Unidas dão-me esperança de que seja possível a República Centro-Africana virar a página e encaminhar-se, finalmente, para uma trajetória de paz e para uma trajetória de progresso que permita ao povo centro-africano beneficiar daqueles coisas mais elementares a que todos nós estamos habituados que quase não compreendemos quando vemos que ainda há quem não possa usufruir desses bens como é o caso da maioria da população desse país.
O líder da ONU também se reuniu com o presidente do país, Faustian Archange Touadera, na capital Bangui. O presidente centro-africano disse ter pedido ajuda para resolver a crise e avançar com o país.