ONU quer mais dados de países-membros sobre morte de ex-secretário-geral BR

Assembleia Geral recebeu relatório sobre morte de Dag Hammarskjöld; para secretário-geral António Guterres, informação ao dispor da organização é insuficiente para chegar a conclusões sobre motivos de acidente de avião.
Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.
O secretário-geral disse esta quarta-feira que apresentou à Assembleia Geral o “relatório da alta personalidade”, que analisou novas informações sobre o acidente de avião que matou então o chefe da ONU Dag Hammarskjöld em 1961.
António Guterres destaca que também fez chegar ao órgão as suas observações sobre “avanços realizados e o caminho a seguir na busca da verdade sobre condições e circunstâncias em torno da morte” do antigo secretário-geral e seus acompanhantes.
Missão de paz
O diplomata sueco Dag Hammarskjöld sofreu um acidente aviação quando seguia para uma missão de paz da ONU na República Democrática do Congo em setembro de 1961. O aparelho em que a comitiva viajava caiu na área hoje pertencente à Zâmbia.
O relatório destaca que “é quase certo que Dag Hammarskjöld e os membros da delegação que o acompanhava não foram assassinados após a aterragem”. De acordo com o informe “todos os passageiros morreram por lesões sofridas durante, instantaneamente ou logo após o acidente de avião”.
Em relação ao motivo do desastre o documento “considera plausível que um ataque ou ameaça externa possa ter sido a causa”.
Fatores
A investigação observa que ainda “é possível que tenha sido um acidente causado por erro do piloto sem interferência externa, e plausível que fatores humanos, incluindo a fadiga, tivessem desempenhado um papel no acidente”.
Com base nestas conclusões, Guterres considera que “a informação colocada ao dispor das Nações Unidas até à data foi insuficiente para chegar a conclusões sobre a causa ou as causas do acidente”.
De acordo com o chefe da ONU também é aparentemente provável a existência de informações adicionais importantes. Ele pediu à Assembleia Geral que o assunto continue na ordem do dia e que o órgão endosse o relatório e suas recomendações.
Arquivos
Guterres pede aos Estados-membros mais informações e apoio à recomendação de que estes nomeiem um funcionário independente e de alto escalão para realizar uma revisão dedicada e interna dos seus arquivos.
A merecer particular atenção estão “a sua inteligência, segurança e defesa arquivos, com o objetivo de garantir um acesso abrangente a informações relevantes e estabelecer o que aconteceu naquela noite fatídica.”
A nota fecha classificando o relatório de um "passo importante para o cumprimento da responsabilidade compartilhada pela busca da verdade que continua sendo o nosso dever solene para o ex-secretário-geral Dag Hammarskjöld, membros da sua delegação e suas famílias.”
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