Unctad pede mais acesso à tecnologia na ajuda pública ao desenvolvimento

Especialista defende que assistência dada a nações menos desenvolvidas ajudaria a baixar fosso digital; atualmente 1% do tipo de contributo é dedicado à área tecnológica.
Especialista defende que assistência dada a nações menos desenvolvidas ajudaria a baixar fosso digital; atualmente 1% do tipo de contributo é dedicado à área tecnológica.
Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.*
Um especialista da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento, Unctad, disse que a ajuda ao desenvolvimento deve ser redirecionada para aplicação em novas tecnologias nos países recetores.
Falando à ONU News, de Genebra, o chefe da Seção dos Países Menos Avançados da agência, Rolf Traeger, disse que com a recomendação do Relatório sobre a Economia da Informação 2017 seriam reduzidos desequilíbrios entre as duas realidades.
Capacidades
“No contexto da Ajuda Pública ao Desenvolvimento, ou seja a APD, ela poderia ser reorientar mais para as novas tecnologias dada a sua importância. Poderia haver uma maior porção da Ajuda Pública ao Desenvolvimento que fosse dedicada tanto à infraestrutura como ao fortalecimento de capacidades de educação, formação de quadros e etc.”
Segundo as Nações Unidas, a ajuda ao desenvolvimento totalizou US$ 131,6 mil milhões em 2015. Um dos setores de maior destaque foi o apoio aos refugiados nos países anfitriões que duplicou em termos reais para US$ 12 mil milhões.
Traeger disse que deve estar claro que o investimento nas tecnologias nos países recetores deve aumentar.
Formação
“Não temos o ideal mas o que nós sabemos é que atualmente só 1% da Ajuda Pública ao Desenvolvimento total é dedicada às novas tecnologias, o que é muito baixo. Existe um grande potencial para fortalecer a Ajuda Pública ao Desenvolvimento exatamente para fortalecer os marcos regulatórios, a infraestrutura e a formação nos países em desenvolvimento através da APD, ou seja Ajuda Pública ao Desenvolvimento.”
Segundo a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, Ocde, os valores de apoio aos países em desenvolvimento poderão continuar a subir até 2019.
Um estudo ao grupo de nações destaca que os maiores destinatários incluem países de baixa renda, economias frágeis e Estados afetados por conflitos, países em desenvolvimento sem acesso ao mar e pequenos Estados insulares.
*Apresentação: Denise Costa.
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