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Brasileira, capacete-azul da ONU, fala sobre segurança no Sudão do Sul BR

Major Fernanda Santos tem experiência de 26 anos na Polícia Militar do Estado de São Paulo. Foto: Unmiss.

Brasileira, capacete-azul da ONU, fala sobre segurança no Sudão do Sul

Fernanda Santos falou à ONU News sobre casos de crimes, drogas, posse de armas e gangues; segundo ela, presença policial feminina ajuda no contato com a população que foge dos confrontos; capital Juba tem cerca de 17% dos sul-sudaneses nesta situação.

Daniel Dickinson, de Juba para a ONU News em Nova Iorque.*

Mulheres na Polícia das Nações Unidas atuam para reforçar a segurança das populações em locais de proteção de civis, conhecidos por PoC, no Sudão do Sul.

A brasileira Fernanda Santos é major e faz parte dos cerca de 260 elementos de sexo feminino que atuam na Missão da ONU no Sudão do Sul, Unmiss. Atualmente, uma parte delas participa na busca de armas ilegais fora desses campos. A capacete azul falou com Daniel Dickinson, da ONU News, em Juba, capital do país africano.

Criminalidade

Somente em Juba, cerca de 38 mil pessoas vivem num desses locais situado ao lado da base das Nações Unidas. Fernanda Santos conta como é essencial conter a criminalidade nos arredores do sítio.

“Nós praticamos esse tipo de operação para evitar crimes, evitar drogas, a posse de armas e coisas do tipo. Estamos tentando evitar que criminosos estejam no PoC e ao redor dele, para assegurar o trânsito e a segurança das pessoas que residem no PoC.”

Detidos

Gangues são um dos alvos das ações da Polícia das Nações Unidas que atua para  ajudar a aumentar a segurança dentro e fora dos locais onde são protegidos civis no Sudão do Sul.

A conversa com Fernanda Santos ocorre pouco depois de nove jovens terem sido questionados. Ela explica o que acontecerá com o grupo.

Trânsito 

“Eles não serão apreendidos, não serão levados à estação e polícia porque não foi encontrado nada de ilegal com eles. São recolhidos seus dados pessoais e eles serão liberados para a atividade deles. Mas o problema de gangues no PoC tem sido recorrente porque têm afetado o nível de segurança e o trânsito das pessoas que querem vir e ir ao local. Então, nós estamos aumentando o número de operações e aumentando o número de policiais para poder manter segurança no PoC e a redor dele.”

A brasileira, com 26 anos de experiência na Polícia Militar do Estado de São Paulo, diz que implementa os conhecimentos adquiridos no seu país nas comunidades sul-sudanesas.

A operação de paz da ONU abriga cerca de 213 mil pessoas nas suas áreas de proteção. O país é afetado há três anos pelo conflito entre o Exército e grupos da oposição.

*Adaptado da entrevista realizada por Daniel Dickinson, da Unmiss.

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