Guterres: exploração e abuso sexuais são “ameaça global que deve acabar”
Secretário-geral convocou reunião de alto nível sobre o assunto nesta segunda-feira; para Guterres, Nações Unidas têm a “responsabilidade de estabelecer um padrão global para prevenir, responder e erradicar esse flagelo e abordar seu impacto de forma eficaz, humana e justa”.
Laura Gelbert Delgado, da ONU News em Nova Iorque.
Exploração e abuso sexuais são “ameaça global que deve acabar”, declarou o secretário-geral da ONU em uma reunião de alto nível sobre sobre a prevenção deste problema.
Aos participantes do encontro, António Guterres afirmou que estavam todos ali para tomar medidas “ousadas, urgentes e muito necessárias para erradicar a exploração e o abuso sexuais de uma vez por todas das Nações Unidas”.
Padrão global
O secretário-geral afirmou que, na ONU, esse não é um problema apenas nas operações de paz e lembrou que nenhum país, nenhuma instituição e nenhuma família são imunes a esses crimes.
Guterres defendeu, no entanto, que as Nações Unidas têm a “responsabilidade de estabelecer um padrão global para prevenir, responder e erradicar esse flagelo e abordar seu impacto de forma eficaz, humana e justa”.
Prioridade
Combater o problema é uma das prioridades do secretário-geral. Em sua primeira semana no cargo, ele anunciou a criação de uma força-tarefa sobre a questão. Este também foi o tema de seu primeiro relatório aos Estados-membros, em março deste ano.
Na reunião desta segunda-feira, Guterres lembrou os quatro principais compromissos apresentados no relatório, incluindo elevar as vozes das vítimas, acabar com a impunidade para os culpados e aumentar a conscientização mundial e a transparência sobre o assunto.
Mulheres
O documento também destacou a necessidade de aumentar o número de mulheres servindo no terreno, como trabalhadoras humanitárias, civis e militares e policiais em operações de paz.
O secretário-geral agradeceu os Estados-membros que contribuíram com o Fundo para as vítimas e encorajou o apoio de todos para a iniciativa.
Guterres também disse estar orgulhoso em nomear Jane Connors como a primeira defensora para os direitos das vítimas. A coordenadora especial para melhorar a resposta da ONU à exploração e ao abuso sexuais, Jane Holl Lute, também participou do encontro.
Iniciativas
O secretário-geral citou ainda outras iniciativas que estão sendo desenvolvidas. Ele afirmou que muitos Estados-membros assinaram um Pacto Voluntário com as Nações Unidas sobre o compromisso mútuo para prevenir exploração e abuso sexuais.
Além disso, Guterres criou um “Círculo de Liderança”, uma maneira de chefes de Estado e Governo demonstrarem “determinação e compromisso no mais alto nível político” de apoiá-lo contra o que chamou de flagelo.
Por fim, o chefe da ONU disse que criará um Conselho Consultivo de especialistas internacionais e representantes da sociedade civil.
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