Perspectiva Global Reportagens Humanas

Guatemala: Guterres apoia chefe de Comissão declarado “persona non grata” BR

Chefe da Cicig, Iván Velásquez. Foto: Cicig.

Guatemala: Guterres apoia chefe de Comissão declarado “persona non grata”

Segundo nota emitida por seu porta-voz, secretário-geral ficou “chocado” ao saber que presidente da Guatemala, Jimmy Morales, declarou como “persona non grata” o chefe da Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala, Iván Velásquez; órgão é apoiado pela ONU.

Laura Gelbert Delgado, da ONU News em Nova Iorque.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, ficou “chocado” ao saber que o presidente da Guatemala, Jimmy Morales, declarou como “persona non grata” o chefe de uma comissão independente apoiada pela ONU, Iván Velásquez.

Em nota, o porta-voz de Guterres, Stephane Dujarric, afirmou que o secretário-geral espera que Velásquez seja tratado pelas autoridades da Guatemala com o “respeito devido a suas funções como um funcionário público internacional”.

Impunidade

Segundo o comunicado, sob a liderança de Velásquez, a Comissão Internacional contra a Impunidade na Guatemala, Cicig, teve uma “contribuição decisiva para fortalecer instituições do setor judiciário” no país, “ajudando a garantir que justiça fosse feita em diversos casos”.

O porta-voz afirmou ainda que o chefe da Comissão trabalhou sem parar para “promover uma cultura que defenda o Estado de direito e rejeite a corrupção”, mencionando que o secretário-geral reiterou diversas vezes sua plena confiança em Velásquez.

Há dois dias, em um encontro com o presidente Morales na sede da ONU, em Nova Iorque, António Guterres reiterou o compromisso das Nações Unidas com a luta contra a impunidade e a corrupção e o contínuo apoio da organização ao mandato da Cicig.

Comissão

A Comissão foi criada em 2006 quando a ONU e a Guatemala assinaram um acordo estabelecendo um órgão internacional independente para apoiar o Ministério Público, a Polícia Civil Nacional e outras instituições do Estado na investigação de crimes cometidos por integrantes de forças de segurança ilegais e estruturas de segurança clandestinas e, de forma mais geral, ajudar a dissolver esses grupos.

Junto com as investigações e aconselhamento técnico, o principal objetivo da Comissão é fazer recomendações à Guatemala sobre políticas públicas para fortalecer instituições judiciais nacionais para permitir que elas continuem a confrontrar grupos ilegais e crime organizado no futuro.

Notícias Relacionadas:

Novo estudo examina ligação entre fome e migração na América Central 

Centro-americanos fogem para o México por causa de tráfico e violência 

Na América Central, violência entre gangues atinge maior pico em 30 anos