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Comissão da ONU lembra 3 anos de ataque do Isil à minoria Yazidi, no Iraque BR

Desde o ataque, qause 6,5 mil yazidis foram sequestrados pelo Isil. Foto: Unicef/Razan Rashidi

Comissão da ONU lembra 3 anos de ataque do Isil à minoria Yazidi, no Iraque

Mortes ocorreram quando terroristas do Estado Islâmico do Iraque e do Levante alvejaram os moradores do distrito de Sinjar durante quatro dias, de 4 a 8 de agosto; quase 200 mil pessoas fugiram para áreas seguras.

Monica Grayley, da ONU News em Nova Iorque.

As Nações Unidas lembram esta semana, os três anos do ataque do movimento terrorista Isil à minoria Yazidi, no norte do Iraque.

O distrito de Sinjar foi alvo dos terroristas do Isil que escravizaram os moradores e violentaram as mulheres causando um dos maiores deslocamentos de civis da região.

Montanhas

Entre 4 e 8 de agosto de 2014, quando o Isil entrou na área, quase 200 mil pessoas fugiram à procura de segurança. Dados da ONU indicam que entre 2 a 5 mil pessoas podem ter sido mortas na tentativa de eliminar a minoria do país.

Dezenas de milhares que se refugiaram nas montanhas foram depois cercados pelo Isil e privados de abrigo, água e serviços de saúde. Muitos feridos eram crianças e várias morreram após o ataque, em muitos casos por terem ficado deliberadamente sem acesso a tratamento médico.

Em entrevista à ONU News, o presidente da Comissão Independente de Inquérito sobre a Síria, o professor Paulo Sérgio Pinheiro, disse que mais de três mil meninas e mulheres continuam sofrendo as consequências da violência.

3 mil mulheres e meninas

“Nesse momento, em que há várias forças militares tentando liberar Raqa do controle do Daesh, é muito importante que essas forças tenham também esse objetivo de localizar e de salvar essas mulheres e essas crianças para que elas também possam receber um apoio especial por todos os males físicos e psicológicos que elas sofreram.”

Desde o ataque, qause 6,5 mil yazidis foram sequestrados pelo Isil. Uma das mulheres levadas pelos terroristas contou que ficou 1 ano e 8 meses nas mãos dos criminosos, que ela descreveu como “monstros”, e que a filha dela de 12 anos foi levada por eles aos gritos, e que ela como mãe não pôde fazer nada para impedir.

Sobreviventes do ataque à minoria Yazidi, ocorrido em 2014, relataram as atrocidades cometidas pelos terroristas que também agrediram outras comunidades étnicas e religiosas no Iraque.

Genocídio

Segundo a ONU, os crimes cometidos constituem crimes de guerra e contra a humanidade e podem ser considerados genocídio. Para tal, um tribunal independente deverá julgar os relatos.

Em comunicado, o vice-representante daMissão da ONU no Iraque, Unami, György Busztin expressou condolências às famílias das vítimas e prestou solidariedade aos sobreviventes e aos familiares das pessoas que continuam desaparecidas.

A Unami também agradecei ao governo da região do Curdistão por continuar a abrigar os deslocados. Para a Unama a nobreza desse gesto não será esquecida.