ONU apoia nova etapa de vacinação contra o sarampo na Somália
Surto atual regista 14 mil casos e é considerado o pior em 13 anos; segunda fase de imunização vem na sequência da etapa realizada em janeiro; mais de 596 mil crianças foram envolvidas.
Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.
Agências das Nações Unidas apoiam a Somália a desenvolver a campanha nacional de vacinação contra o sarampo pela segunda vez este ano.
Com a iniciativa pretende-se controlar e reduzir o número de mortes infantis no país, que enfrenta atualmente o seu pior surto da doença em quatro anos.
OMS e Unicef
A vacinação que começa em novembro pretende abranger mais de 4,2 milhões de crianças de idades compreendidas entre seis meses e 10 anos. A iniciativa é liderada pelas autoridades somalis em parceria com a Organização Mundial da Saúde, OMS, e o Fundo da ONU para a Infância, Unicef.
Mais de 80% dos afetados pelo atual surto são crianças com menos de 10 anos que são parte dos milhões das que foram enfraquecidas pela seca, pela ameaça de fome e pelas baixas taxas de vacinação.
A falta de alimentos coloca os menores em situação vulnerável a serem infectados pelo sarampo e por outras doenças graves.
As autoridades de Saúde da Somália registaram pelo menos 14 mil casos suspeitos de sarampo até 23 de julho. Desde 2014, o número de pacientes oscilava entre 5 mil e 10 mil.
Pontos críticos
Na campanha iniciada em janeiro deste ano, a OMS e o Unicef apoiaram a imunização de mais de 596 mil crianças de idades até os cinco anos no que eram considerados em pontos mais críticos.
Entretanto, a agência defende que apesar de as campanhas contra o sarampo atrasarem a transmissão imediata, os casos aumentam com os deslocamentos em massa e a superlotação dos assentamentos temporários.
O que agravou o problema são fatores como seca, conflitos, baixa cobertura de vacinação antes das crises atuais e fraca imunidade provocada pela desnutrição.
A iniciativa será acompanhada pela distribuição de suplementos de vitamina A e pela formação de pessoal de saúde para apoiar os deslocados internos e melhorar a vigilância de doenças.
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