Mossul: aumenta “retaliação e vingança” por suspeitas de vínculo com Isil BR

ONU quer que tribunais nacionais apliquem autoridade para julgar crimes internacionais; sessão do Conselho de Segurança abordou a situação do país uma semana após a libertação da cidade iraquiana.
Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.*
A Missão da ONU no Iraque, Unami, expressou particular preocupação com o “crescente sentimento popular pela punição coletiva de famílias” por se suspeitar de ligação ao grupo terrorista Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil.
No Conselho de Segurança, o chefe da operação de paz, Ján Kubiš, disse que os iraquianos suspeitos de terem vínculos com o grupo são cada vez mais sujeitos a despejos, expulsos das suas casas ou alvos de medidas de retaliação e vingança.
Estado de direito
A recomendação feita pelo Unami ao primeiro-ministro Haidi al-Abadi é que tome medidas urgentes para manter a ordem e o Estado de direito além de impedir despejos e outros atos vingativos.
A operação de paz revelou que a prioridade é a prestação de contas para fazer justiça aos afetados pelas violações e abusos de direitos humanos cometidos no atual conflito armado.
Perante o que a Unami considera “grande dimensão de crimes graves”, a sugestão é uma estratégia nacional que permita aos tribunais nacionais aplicar a sua autoridade para julgar crimes internacionais.
Uma semana depois de o primeiro-ministro iraquiano ter anunciado a libertação de Mossul, Kubiš agradeceu aos países pelo apoio ao Iraque na guerra contra o terrorismo.
Lavagem cerebral
Entre os danos causados pelo Isil, o chefe da Unami citou danos causados “à vida humana, à civilização, à infraestrutura aos monumentos religiosose culturais” como a Grande Mesquita de al-Nouri e o minarete al-Hadba.
Além de mencionar a ação de suicidas, que incluíram mulheres e crianças, e atos como a lavagem cerebral e ataques a acampamentos de deslocados, Kubiš destacou combates onde morreram vários jornalistas locais e internacionais.
*Apresentação: Denise Costa.