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Unesco deplora destruição de mesquita com mais de 800 anos em Mossul BR

Minarete foi destruído pelo Isil. Foto: Unesco

Unesco deplora destruição de mesquita com mais de 800 anos em Mossul

Al Nuri e minarete foram construídos há 845 anos e estavam entre os locais mais históricos do Iraque; destruição foi feita pelo Isil; diretora da agência da ONU fala em piora do sofrimento de uma sociedade já afetada por uma tragédia humanitária.

Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque. 

A Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, deplora a destruição da Grande Mesquita de Al Nuri e do minarete adjacente de Al Hadba, em Mossul, no Iraque.

Considerada uma das mesquitas mais histórias do Iraque, Al Nuri foi construída há 845 anos e destruída nesta quinta-feira pelo Estado Islâmico do Iraque e do Levante, Isil.

Resiliência

A diretora da Unesco, Irina Bokova, destacou que a mesquita e o minarete eram símbolos de “identidade e resiliência” e que a destruição somente aprofunda “as feridas de uma sociedade já afetada por uma tragédia humana sem precedentes”.

Bokova lembra que 3 milhões de pessoas estão desalojadas no Iraque e 6,2 milhões precisam de assistência humanitária imediata.

Solidariedade

Desde o início, em outubro, da ofensiva militar contra o Isil em Mossul, quase 800 mil moradores abandonaram a cidade. Muitos estão sitiados ou sendo utilizados pelos terroristas como escudos.

A diretora da Unesco expressa solidariedade com o povo iraquiano e prontidão para apoiar e restaurar o patrimônio cultural quando possível. Apesar da destruição, Bokova espera que o “espírito de resiliência do minarete prevaleça”, ressaltando que a agência da ONU está ao lado o país na luta contra todas as formas de extremismo e violência.

Desde 2012, a Unesco trabalhava para proteger o minarete, mas os trabalhos tiveram de ser interrompidos devido ao conflito.

O representante especial do secretário-geral da ONU para o Iraque, Jan Kubis, declarou que a destruição da mesquita e do minarete é um “sinal claro do colapso do Isil”, além de ser uma prova do desespero dos terroristas e um sinal de que o grupo está chegando ao fim.

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