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Portugal: temperaturas “extremamente altas” contribuíram para trágico incêndio BR

Foto: OMM/Guillaume Louÿs
Mês de junho foi o segundo mais quente desde que há registro.

Portugal: temperaturas “extremamente altas” contribuíram para trágico incêndio

Porta-voz da Organização Meteorológica Mundial, OMM, falou com jornalistas nesta terça-feira sobre ondas de calor em diversas partes do mundo; Clare Nullis afirmou que este tem sido mais um ano “excepcionalmente quente”.

Laura Gelbert Delgado, da ONU News em Nova Iorque.

Partes da Europa, do Oriente Médio, do Norte da África e dos Estados Unidos tiveram temperaturas muito altas em maio e junho, informou a jornalistas nesta terça-feira a porta-voz da Organização Meteorológica Mundial, OMM, Claire Nullis.

Em Genebra, Nullis afirmou que as ondas de calor chegaram mais cedo do que o normal e estão ocorrendo porque “o planeta está passando por outro ano excepcionalmente quente”.

Portugal

A porta-voz lembrou que Portugal foi atingido por “incêndios muito arrasadores e trágicos”. Segundo ela, “temperaturas extremamente altas”, de cerca de 40º celsius, contribuíram para o que aconteceu.

No fim de semana, o secretário-geral da ONU, António Guterres, se disse chocado com o incêndio florestal em Pedrógão Grande que matou mais de 60 pessoas.

Em nota, Guterres informou ter telefonado ao presidente do país, Marcelo Rebelo de Sousa, e ao primeiro-ministro António Costa, para demonstrar sua solidariedade ao governo e às vítimas.

Mudança climática

O cientista da OMM, Omar Baddour, também falou com os jornalistas em Genebra nesta terça-feira.

Baddour afirmou que “na maioria dos casos, ondas de calor são parte de uma variação natural”, no entanto, “a extremidade e frequência têm aumentado nos últimos dez anos”.

Segundo o cientista, o fenômeno é devido às mudanças climáticas e aquecimento de longo prazo.

Saúde

Omar Baddour ressaltou ainda os efeitos das ondas de calor na saúde. Ele citou que em 2015, Paquistão e Índia registraram cerca de 4 mil mortes associadas a uma onda de calor “muito curta”.

As 70 mil vítimas associadas à onda de calor na Europa em 2003 foram registradas em diversos países, especialmente na parte ocidental do continente, incluindo Espanha, França, Bélgica e Holanda.

Recorde

Respodendo a perguntas de jornalistas, Baddour esclareceu que a temperatura de 54º Celsius registrada no Kwait foi um recorde para a Ásia.

O atual recorde mundial de calor é 56º Celsius registrados em Death Valley, nos Estados Unidos, em 1913.

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