Portugal está em 18º lugar em relatório do Unicef sobre bem-estar das crianças BR

Documento menciona desafios e oportunidades de economias avançadas para alcançar compromissos globais em relação à infância; representante da agência alerta que alta renda pode ser acompanhada por desigualdades mais profundas.
Eleutério Guevane da ONU News em Nova Iorque.*
Portugal está em 18º lugar no bem-estar das crianças no ranking geral de um relatório de países da União Europeia e da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico, Ocde.
A Noruega lidera a colocação dos 41 países analisados pelo Centro de Pesquisas Innocenti do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef.
Adolescência
Em relação aos objetivos de boa saúde e bem-estar e também de consumo e produção responsáveis, Portugal está em primeiro lugar. O país ocupa o topo da lista dos indicadores da mortalidade neonatal, taxas de suicídio, sintomas de saúde mental, embriaguez e taxas de fertilidade da adolescência.
Uma média de 1,7 adolescentes portugueses em cada 100 mil habitantes, de idades entre 15 e 19 anos, comete suicídio. A taxa é a mais baixa da região da Europa do sul, que tende a seguir a mesma tendência.
O relatório também refere que uma em cada cinco crianças dos países de alta renda vive em pobreza relativa. Em relação à insegurança alimentar, a média é de uma em cada oito.
Economias
Intitulado Construir o futuro: as crianças e os objetivos de desenvolvimento sustentável em países ricos, o documento é pioneiro em avaliar menores de idade nos 41 países de alta renda em relação aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, ODSs.
O documento inclui detalhes sobre desafios e oportunidades que as economias avançadas enfrentam para alcançar os compromissos globais em relação às crianças.
A diretora do Unicef Innocenti aponta que a pesquisa alerta que mesmo com o progresso demonstrado em países de alta renda, este não beneficia todas as crianças.
Para Sarah Cook, o alto rendimento não leva automaticamente a melhores resultados para todas as crianças, podendo tornar as desigualdades mais profundas.
O apelo aos governos de todos os países é que tomem medidas para garantir que as lacunas sejam reduzidas e que ocorram avanços para alcançar os ODSs para crianças.
*Apresentação: Michelle Alves de Lima.