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Acnur quer US$ 65 milhões para atender refugiados da RD Congo em Angola

Foto: ONU Angola

Acnur quer US$ 65 milhões para atender refugiados da RD Congo em Angola

Até 500 pessoas chegam por dia ao território angolano; Acnur destaca que conflito pode se alargar; número de refugiados pode chegar a 50 mil; congoleses correm risco de violações graves de direitos humanos.

Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.

A Agência das Nações Unidas para os Refugiados, Acnur, e os parceiros precisam de  US$ 65 milhões para ajudar o “crescente número de refugiados” que chegam a Angola da República Democrática do Congo, RD Congo. Atualmente, o país acolhe cerca de 30 mil refugiados na província de Lunda Norte que fogem da violência na região congolesa de Kassai desde abril.

Apelo Consolidado

Antes da publicação do apelo consolidado desta segunda-feira, o coordenador do sistema das Nações Unidas em Angola, Paolo Balladelli, explicou à ONU News que o valor das contribuições deve dar assistência a 50 mil refugiados.

“Vai justamente tratar as necessidades básicas. Acreditamos que esse apoio vai ser substancial para que o Governo de Angola possa realizar as ações por responsabilidades internacionais aos tratados que está obrigado a respeitar. Então, nós pedimos ao governo angolano que mantenha as fronteiras abertas e para receber essas pessoas com grande  risco de vida se não puderem passar para Angola.”

Deslocados

Agências humanitárias temem que a situação congolesa se transforme “num conflito a larga escala”. O Governo de Angola e as Nações Unidas estimam que entre 300 a 500 pessoas cheguem por dia ao território angolano.

A violência provocou mais de 1,3 milhão de deslocados internos e envolve tensões entre comunidades, grupos de milícias e forças armadas congolesas.

O Acnur refere que os recém-chegados temem retornar à RD Congo “a menos que a situação mude, permitindo um regresso seguro e digno.”

De acordo com a agência, a maioria dos civis nas áreas afetadas corre o risco de violações graves de direitos humanos que incluem mutilações, assassinato, violência sexual, prisões arbitrárias e detenções em condições desumanas.