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Precisamos falar da Agenda Positiva de África, diz ministro português

Ministro português realçou necessidade de uma cada vez maior aproximação entre Europa e os países africanos. Foto: Pnud/Guiné-Bissau.

Precisamos falar da Agenda Positiva de África, diz ministro português

A Europa tem de ter "mais consciência de quão importante é a parceria com África", defende o ministro dos Negócios Estrangeiros de Portugal; Augusto Santos Silva considera que só a parceria em projetos comuns pode ajudar os líderes dos dois continentes a ultrapassarem os desafios.

Paula Borges, da RDP-África para a ONU News.

É urgente mudar a forma como se olha África a partir dos outros continentes, sublinhou Augusto Santos Silva, num encontro com os embaixadores africanos acreditados em Lisboa.

O ministro dos Negócios Estrangeiros lembrou que este desafio tem sido constante no discurso de António Guterres, secretário-geral da ONU.

Mudança

"Na intervenção que António Guterres, esse candidato português e africano a secretário-geral das Nações Unidas, fez na cimeira da União Africana, já na qualidade de secretário-geral, Guterres disse que era absolutamente necessário mudar a nossa perspetiva quando falamos de África e a mudança que é preciso fazer é muito simples e está ao alcance de todos e consiste em falar de África como uma riqueza, como um futuro, é falar da agenda positiva que África tem e todos nós podemos ter com África."

Augusto Santos Silva foi o convidado de honra na comemoração do Dia de África, esta quarta-feira, no Centro Ismaili, e realçou a necessidade de uma cada vez maior aproximação entre Europa e os países africanos.

Parcerias

A resolução dos problemas nasce de parcerias, acredita o governante, e a Europa tem falhado.

"É preciso mais cooperação entre a Europa e África, é preciso mais proximidade entre a Europa e a África e quem tem culpas a expiar nesta relação, por desatenção recente, não é África, mas sim a Europa e portanto é preciso que a Europa tenha mais consciência de quão importante é a parceria com África e, num certo sentido, a Europa tem agora uma enorme responsabilidade adicional porque com a recente perspetiva de alguma viragem na política norte-americana no que diz respeito ao multilateralismo e às grandes agendas comuns do multilateralismo, da agenda do clima ao desenvolvimento, a Europa tem a responsabilidade acrescida de liderar essas agendas e saber que a agenda 2030 se casa bem com a Agenda 2063 da União Africana".

A consciência de que África é um parceiro essencial do ponto de vista económico, político, da segurança, estratégico, é hoje, diz o ministro, muito mais clara na Europa".