Ocupação israelense completa 50 anos e relator “não vê solução à vista”
Michael Lynk expressou profunda preocupação com a piora dos direitos humanos nos territórios palestinos ocupados; declaração de representante da ONU foi feita esta sexta-feira, véspera do aniversário da ocupação.
Edgard Júnior, da ONU News em Nova Iorque.
O relator especial da ONU para os direitos humanos nos territórios palestinos ocupados desde 1967, Michael Lynk, afirmou que “não vê solução à vista” para a crise entre israelenses e palestinos.
Lynk fez a declaração, esta sexta-feira, véspera do aniversário de 50 anos da ocupação israelense.
Lei internacional
Ele expressou “profunda preocupação com a piora da situação dos direitos humanos na região”.
O relator da ONU explicou que “as ocupações são, inerentemente, temporárias e de curto prazo de acordo com a lei internacional”. Lynk afirmou que essa ocupação dos territórios palestinos, depois de cinco décadas, não tem um fim à vista.
Ele declarou que o problema está “profundamente enraizado” e que Israel, a força ocupante, dá sinais de querer tornar a situação permanente.
O relator da ONU afirmou que as violações sistemáticas dos direitos humanos que acompanham esta ocupação intensificam ainda mais uma situação que já é perigosa.
Assentamentos
Entre essas violações, ele citou, por exemplo, a punição coletiva, o confisco de propriedades, o uso excessivo de força e assassinatos arbitrários, a falta de liberdade de movimento e a expansão dos assentamentos.
Michael Lynk falou a jornalistas ao fim de uma missão de cinco dias a Amã, capital da Jordânia, onde se reuniu com representantes de grupos de direitos humanos, do sistema das Nações Unidas e autoridades do governo palestino para discutir o problema.
Desde que assumiu o mandato de relator em 2016, Lynk ainda não recebeu autorização de Israel para visitar a região dos territórios ocupados.
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