Aiea ajuda a prevenir ébola e outras doenças em África
Projeto da agência da ONU reúne cientistas para combater a propagação de doenças que podem ser transmitidas de animais para humanos; elas são chamadas de doenças zoonóticas.
Edgard Júnior, da ONU News em Nova Iorque.
A Agência Internacional de Energia Atómica, Aiea, juntou forças com cientistas para evitar a propagação de doenças que podem ser transmitidas de animais para humanos, chamadas de zoonóticas.
Segundo a agência da ONU, um pequeno morcego pode “carregar” 137 espécies diferentes de vírus.
Tecnologia nuclear
O diretor do Laboratório Nacional Veterinário de Yaoundé, na República dos Camarões, Abel Wade, disse que “75% das doenças humanas têm origem em animais, por isso é tão importante parar a transmissão ainda entre os animais”.
Segundo ele, a tecnologia nuclear ajuda os cientistas nessa tarefa. Durante a epidemia do ébola em 2014, a Aiea reagiu rapidamente fornecendo equipamentos para diagnósticos específicos em Serra Leoa.
Com o fim da crise, o foco da agência agora é na prevenção a longo prazo. A Aiea em cooperação com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, FAO, está a ajudar os países no uso de técnicas nucleares para detectar doenças zoonóticas e responder à ameaça.
Laboratórios
O projeto é financiado pela Iniciativa Uso Pacífico e pela Cooperativa da África Regional para Pesquisa, Desenvolvimento e Treinamento relacionado à tecnologia e ciência nuclear.
A agência da ONU está a ajudar os países africanos que enfrentam ameaças de novas epidemias. O órgão está a equipar os seus laboratórios e treinar os cientistas no uso dessas tecnologias.
Uma dessas tecnologias permite a identificação imediata de vírus como o do ébola em algumas horas e com alto grau de precisão. O diagnóstico precoce ajuda a evitar a propagação da doença ao possibilitar o isolamento e ao tratamento de animais e pacientes infectados.
O diretor do Instituto Pasteur em Bangui, na República Centro-Africana, Emmanuel Nakouné, afirmou que com essa tecnologia, os cientistas vão estar mais bem preparados para responder ao primeiro sinal de uma doença.
Ele alertou que “se o sistema de vigilância de um país for fraco, pode colocar em perigo toda uma região”.