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Aiea investe na técnica do inseto estéril para combater Aedes egypti BR

Foto: Aiea

Aiea investe na técnica do inseto estéril para combater Aedes egypti

Especialista da Agência Internacional de Energia Atômica, Rui Cardoso Pereira, afirmou que a liberação de insetos esterilizados já começou na China; tecnologia já era usada contra a mosca do gado, da fruta e outras; projeto-piloto está funcionando na China e deve começar em breve no Brasil, no México e na Tailândia.

Especialista da Agência Internacional de Energia Atômica, Rui Cardoso Pereira, afirmou que a liberação de insetos esterilizados já começou na China; tecnologia já era usada contra a mosca do gado, da fruta e outras; projeto-piloto está funcionando na China e deve começar em breve no Brasil, no México e na Tailândia.

Monica Grayley, da ONU News em Nova Iorque.

Uma agência das Nações Unidas está investindo na técnica do inseto estéril para combater doenças causadas pelo Aedes egypti. De acordo com uma estratégia, lançada em fevereiro, a medida deverá ajudar sistemas nacionais de saúde na América Latina a conter surtos especialmente da Zika.

Em entrevista à ONU News, de Viena, o especialista da Agência Internacional de Energia Atômica, Aiea, Rui Cardoso Pereira, afirmou que a fórmula já deu certo com iniciativas contra a mosca do gado, da fruta e outros insetos. Ele explicou como o processo ocorre.

Natalidade

“Esses insetos são esterilizados com uma radiação e depois são largados no terreno, no campo. O que acontece? É como um controlo de natalidade de insetos. Esses insetos acasalam, mas não reproduzem. Os óvulos das fêmeas selvangens nunca são fecundados, e portanto isso é a tecnologia que tem sido usada para a mosca do gado, a mosca da bicheira, para a mosca da fruta, a mosca tsé-tsé etc.”

Rui Cardoso Pereira contou que a técnica já começou a ser testada na Ásia, e que em breve de ser levada ao Brasil, ao México e à Tailândia como parte da cooperação com a Aiea.

Brasil e China

“Posso dizer que neste momento, há um grupo no sul da China já com um projeto-piloto em implementação. México, Brasil, Tailândia vão começar muito proximamente. Portanto, a primeira fase, digamos, foi capacitar as pessoas, criar infraestrutura para esses insetos serem produzidos. O caso do Brasil já tinha uma infraestrutura e usava insetos que eram transgênicos.”

Um estudo da Organização Mundial da Saúde, OMS, divulgado em fevereiro, reforça a intenção da agência e da Organização Pan-Americana da Saúde, Opas, de fortalecer a luta contra o vírus da Zika na América Latina, assim como a outras doenças como dengue e chicungunya.