Unesco: mundo precisa do “poder suave” da educação, cultura e ciência
Chefe da agência da ONU fez a declaração na abertura do Fórum Mundial sobre Diálogo Intercultural, no Azerbaijão; região fez parte da histórica “rota da seda” que foi centro de comércio, educação e arte entre a Europa e a Ásia.
Edgard Júnior, da ONU News em Nova Iorque.
A diretora-geral da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura, Unesco, Irina Bokova, afirmou que o mundo precisa do “poder suave” da educação, da cultura e da ciência para solucionar problemas.
Bokova fez a declaração na abertura do 4º Fórum Mundial sobre Diálogo Intercultural, em Baku, no Azerbaijão. Ela disse que o “poder forte” não consegue mais acabar com conflitos nem com o extremismo violento e ódios antigos, como o antissemitismo, a discriminação racial e a intolerância.
Rota da Seda
O Azerbaijão tem um longo histórico de relação com a “rota da seda”, antiga rota de comércio que foi o centro para intercâmbios, trocas, educação e arte. De Baku, em entrevista à ONU News, uma das participantes do Fórum, Annick Thebia Melsan, falou sobre a “rota da seda”.
“A rota da seda é uma grande lição da história porque foram milênios de intercâmbio, milênios de comércio ativo, de um comércio que fecundou. Pelo comércio da rota da seda tudo penetrou, a cultura, a literatura, a música, a filosofia e as religiões. Na história humana foi um dos grandes exemplos de civilização compartilhada e de diálogo ativo de construção de uma realidade que era comum.”
Para Thebia Melsan, essa rota é uma importante aula de história.
“É uma grande lição histórica, uma grande aula de como os povos podem dialogar para criar um bem-estar econômico, claro porque era um business, um comércio. Mas também além disso, o movimento de pessoas, migrações, o intercâmbio cultural e o enriquecimento mútuo.”
Solidariedade
No Fórum Mundial, a chefe da Unesco disse ainda que as pessoas atualmente precisam de solidariedade, compreensão e respeito à diversidade. Segundo ela, “tolerância não é suficiente e a coexistência pacífica é insuficiente”.
Bokova deplorou o aumento de conflitos e afirmou que a educação está “sob ataque”. Além disso, ela declarou que a diversidade cultural e a liberdade de expressão também estão ameaçadas.
A diretora-geral da Unesco disse ainda que a agência está ajudando na reconstrução das mesquitas em Timbuktu, no Mali, que foram destruídas por extremistas islâmicos em 2012, em defesa do Patrimônio da Humanidade compartilhado.
Notícias relacionadas:
Unesco celebra Dia Internacional do Jazz 2017 em Havana, Cuba
Unesco lança livro sobre cobertura do terrorismo para jornalistas