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Sudão do Sul: prestação de contas por abusos é “mais importante que nunca”

Civis continuam a buscar segurança em diferentes locais em Wau, no Sudão do Sul. Foto: Nektarios Markogiannis/Unmiss

Sudão do Sul: prestação de contas por abusos é “mais importante que nunca”

Avaliação é do diretor da divisão de direitos humanos da Missão da ONU no país, Unmiss; Eugene Nindorera concluiu visita à região de Wau; no início de abril, pelo menos 28 civis morreram na cidade.

Laura Gelbert Delgado, da ONU News em Nova Iorque.

A impunidade por crimes cometidos durante o atual conflito no Sudão do Sul permanece um dos “maiores desafios” do país, segundo o diretor para direitos humanos na Missão da ONU no país, Unsmiss.

Eugene Nindorera concluiu no domingo uma visita à região de Wau, no noroeste do país.

Violência

No início de abril, violência levou à morte de 19 soldados do Exército de Libertação do Povo do Sudão, Spla, por supostos combatentes do Spla na oposição, e de pelo menos 28 civis, de acordo com autoridades.

A divisão de direitos humanos da Unmiss entrevistou 43 pessoas, incluindo oito mulheres e duas crianças, para colher informações sobre supostas violações de direitos humanos que teriam sido cometidas por forças do governo e grupos armados alinhados na cidade de Wau em 10 de abril.

Impunidade

Nindorera confirmou que, até domingo, “ninguém havia sido detido em conexão com o ataque a civis”.

Ele afirmou ter conversado com vítimas e testemunhas que falaram sobre como tiveram de fugir de suas casas após serem atacadas.

Para o representante, é “mais importante do que nunca que as pessoas sejam responsabilizadas pelos crimes que cometeram”.

Deslocados

Eugene Nindorera reuniu-se com o governador do estado de Wau que criou uma comissão para determinar o motivo dos ataques e identificar os autores para levá-los à justiça.

Ao mesmo tempo, a Unmiss confirmou que até 20 de abril o local de proteção de civis adjacente à base da Missão da ONU em Wau havia registado cerca de 17 mil novas chegadas, a maioria mulheres e crianças.

Cerca de 5 mil pessoas buscaram refúgio dentro do complexo da Igreja Católica no local.

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