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Remessas de migrantes chegaram a quase meio trilhão de dólares em 2015 BR

Foto: Ifad

Remessas de migrantes chegaram a quase meio trilhão de dólares em 2015

Segundo Fundo Internacional para Desenvolvimento Agrícola, remessas tocam as vidas de em cada sete pessoas no planeta; em todo o mundo há 250 milhões de migrantes internacionais; dinheiro enviado por estes trabalhadores a suas famílias ajuda 750 milhões de pessoas.

Laura Gelbert Delgado, da ONU News em Nova Iorque.

Enquanto questões relacionadas à migração estão levando a grandes debates políticos na Europa e ao redor do mundo, o “benefício de desenvolvimento” causado pelos cerca de meio trilhão de dólares que migrantes enviam por ano a “países e famílias pobres” não pode ser subestimado.

Esta é a opinião do diretor do Fundo Internacional para Desenvolvimento Agrícola da ONU, Fida, Adolfo Brizzi, que falou sobre a questão no evento “o dinheiro fala – porque migrantes são importantes”, em tradução livre, realizado no Festival Internacional de Jornalismo em Perugia, na Itália.

Remessas

Segundo a agência da ONU, calcula-se que há cerca de 250 milhões de migrantes internacionais em todo o mundo, vivendo fora de seus países de origem.

Estimativas são de que as remessas, o dinheiro enviado por trabalhadores migrantes a suas famílias, ajude outras 750 milhões de pessoas.

Juntando os que enviam e recebem, as remessas tocam diretamente as vidas de uma em cada sete pessoas no planeta.

Valores

De acordo com o Fida, a maioria da renda de um trabalhador migrante permanece no país em que ele atualmente reside.

Apenas uma fração, normalmente em montantes de US$ 200 ou US$ 300, é enviado ao país de origem várias vezes ao ano.

Embora esses valores pareçam baixos, eles podem representar até 50% ou mais da renda da família. Adicionando todos os bilhões de transações financeiras envolvidas, as remessas chegaram a quase meio trilhão de dólares em 2015, mais de três vezes os recursos de assistência oficial ao desenvolvimento de todas as fontes.

Apesar da grande soma, o diretor do Fida disse acreditar que os benefícios às famílias nos países de origem poderia ser muito maior se os trabalhadores migrantes tivessem acesso a mercados mais competitivos para transferência de dinheiro e serviços financeiros especializados que ajudá-los a economizar ou investir seus recursos.

Zonas rurais

Na última década, o Fida liderou mais de 50 programas para aumentar o impacto das remessas em zonas rurais em mais de 40 países em desenvolvimento.

O objetivo das iniciativas é ajudar no fluxo dos fundos e dar às famílias mais opções para investir o dinheiro e criar oportunidades para o desenvolvimento de negócios e criação de empregos.

No evento na Itália, Adolfo Brizzi lembrou que o dinheiro enviado pelos migrantes representa um apoio fundamental a milhões de domicílios, ajudando família a aumentar seus padrões de vida acima dos níveis de subsistência e vulnerabilidade, e investindo em saúde, educação, habitação e atividades de empreendedorismo.

Brizzi mencionou as preocupações que se tem ouvido em relação a migrantes e refugiados entrando nos países.

No entanto, o diretor do Fida pediu que não se esqueça que o dinheiro que eles mandam de volta para casa, especialmente a países onde há conflitos e desastres ambientais, “ajuda a estabilizar as famílias e reconstruir as comunidades”.

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