Metade dos centro-africanos precisa de ajuda humanitária
Alerta é do Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha; índice representa 2,2 milhões de pessoas; Conselho de Segurança discute situação do país com presença do presidente centro-africano.
Laura Gelbert Delgado, da ONU News em Nova Iorque.
A situação humanitária continua a piorar na República Centro-Africana. De acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários, Ocha, metade da população do país precisa de assistência.
O índice representa cerca de 2,2 milhões de pessoas. Com o ressurgimento da violência desde setembro de 2016, mais de 100 mil pessoas recém-desalojadas foram registadas a levar o número de deslocados internos para mais de 402 mil.
Falta de recursos
Segundo o Ocha, isto significa que 20% dos centro-africanos estão ou desalojados dentro do país ou são refugiados em países vizinhos.
Embora essa situação tenha criado necessidades novas e urgentes, o financiamento para ação humanitária tem caído desde 2014. Até o momento, apenas 5% dos quase US$ 400 milhões pedidos no Plano de Resposta Humanitária para a República Centro-Africana em 2017 foram recebidos.
Em uma sessão com doadores na quarta-feira em Iaundé, nos Camarões, o coordenador humanitário em exercício no país, Michel Yao, pediu para o país não se torne uma crise esquecida ou negligenciada pela comunidade internacional.
Conselho de Segurança
Nesta quinta-feira, o Conselho de Segurança discutirá a situação no país e ouvirá informes do subsecretário-geral para Operações de Paz, Hervé Ladsous, e o presidente da República Centro-Africana, Faustin Archange Touadera.
O órgão das Nações Unidas também receberá informações do representante permantente do Marrocos na ONU que é presidente da Configuração do país na Comissão para a Consolidação da Paz.
Esta Comissão trabalha entre o Conselho de Segurança, a Assembleia Geral e o Conselho Econômico e Social da ONU para abordar as causas do conflito em um país e tentar estabilizá-lo antes que combates abertos ocorram ou ajudá-lo a se reestabilizar após confrontos.
Combates entre milícias Séléka, de maioria muçulmana, e anti-Balaka, de maioria cristã, levaram o país a um conflito civil desde 2013.
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