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Africanos são maioria dos que arriscam a vida no Mediterrâneo

Foto: OIM

Africanos são maioria dos que arriscam a vida no Mediterrâneo

Contagem da Organização Internacional para Migrações, OIM, regista mais de 19,5 mil pessoas que chegaram à Europa entre 1 de janeiro e 8 de março; Itália recebeu milhares de guineenses, nigerianos e marfinenses.

Leda Letra, da ONU News em Nova Iorque.

A Organização Internacional para Migrações, OIM, informa que 19,6 mil migrantes e refugiados entraram na Europa pelo mar entre 1 de janeiro e 8 de março. Durante a travessia no Mediterrâneo, mais de 520 pessoas morreram.

Mais de 80% chegou à Itália, e o restante na Espanha e na Grécia. Chama a atenção o grande número de africanos que fez a perigosa travessia pelo mar, com os barcos a partir da Líbia.

Nigéria e Guiné-Conacri

Segundo a OIM, mais de 2 mil civis da Guiné Conacri conseguiram chegar à Itália em janeiro e fevereiro. Outro principal país de origem dos migrantes é a Nigéria, com 1,6 mil civis que atravessaram o Mediterrâneo com sucesso.

A Itália recebeu também um mesmo número de marfineses, além de milhares de gambianos e senegaleses, e centenas de malianos e camaroneses.

Custos da viagem

Ao mesmo tempo em que cresceu a chegada de migrantes de países da África Ocidental, chama a atenção da OIM o total de pessoas que saíram de Bangladesh a caminho da Europa: mais de 1,3 mil migrantes, a maioria homens.

Alguns contaram para a OIM que a travessia de barco a partir da Líbia foi organizada por “agências” que cobraram entre US$ 3 mil a US$ 4 mil por um visto de trabalho.

Mortes

De Bangladesh, os migrantes primeiro foram para Dubai e depois Turquia, até chegar à Líbia de avião. Lá, um “funcionário” da suposta agência tomou os documentos dos civis. A maioria viveu na Líbia por mais de um ano, até cruzarem o Mediterrâneo e chegarem à Itália recentemente.

A OIM também está a receber relatos de violência contra os migrantes na costa da Líbia. Pelo menos 22 teriam sido assassinados por gangues rivais de contrabandistas. A agência ainda está a tentar ouvir testemunhos de sobreviventes para verificar detalhes da história.

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