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Moçambique: ONU apela à urgência para apoiar reconstrução pós-ciclone

Imagem de satélite do ciclone Dineo

Moçambique: ONU apela à urgência para apoiar reconstrução pós-ciclone

Representante residente no país considera que população realmente precisa de auxílio; governo diz precisar de US$ 16,5 milhões para lidar com os danos da tempestade de meados de fevereiro. 

Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.

As Nações Unidas consideram urgente o apoio a mais de 550 mil vítimas do ciclone Dineo, que em fevereiro provocou sete mortos e 101 feridos em Moçambique.

A organização apoia um apelo do governo orçado em US$ 16,5 milhões para lidar com os prejuízos da tempestade. O objetivo é restaurar os dados causados à infraestrutura e apoiar os setores da agricultura e do auxílio humanitário.

Chuvas e ventos 

A representante residente da ONU no país, Márcia de Castro, disse esta quarta-feira à ONU News que o foco será para a província de Inhambane, no sul. A área foi a mais afetada por chuvas e ventos que chegaram a 160 km/h.

“O ciclone foi muito forte. Teve um caminho muito definido e realmente atingiu uma população muito dispersa, profundamente rural, que vive longe das áreas semiurbanas que realmente precisam de apoio. Depois de uma visita ao terreno, com a equipe humanitária e parceiros do governo e da província, esse apelo é urgente.”

As autoridades requerem o valor imediato de US$ 6,7 milhões para cobrir os estragos e cuidar de cerca de 949 pessoas hospedadas em três centros de trânsito na cidade de Maxixe.

África do Sul e Zimbabué 

O número de casas totalmente ou parcialmente destruídas ultrapassa 200 mil em distritos como Massinga, Morrumbene, Maxixe. A tempestade de 15 de fevereiro dissipou-se sobre a África do Sul e o Zimbabué dois dias depois.

Além de centenas de edifícios governamentais danificados e várias dezenas de unidades de saúde, as autoridades estimam que 160 mil estudantes e 5,5 mil professores foram afetados.

Os serviços maternos e de tratamento antirretroviral foram interrompidos, o que faz prever um aumento de doentes e mortos relacionados com problemas de saúde sexual e reprodutiva.

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