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No Iêmen, chefe humanitário da ONU pede mais apoio para evitar fome BR

Stephen O’Brien, subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, visita famílias deslocadas em Áden, no Iêmen. Foto: Ocha Iêmen

No Iêmen, chefe humanitário da ONU pede mais apoio para evitar fome

Em Áden, subsecretário-geral Stephen O’Brien afirmou que atualmente quase 19 milhões de pessoas precisam de assistência humanitária no país; segundo Escritório da ONU para Direitos Humanos, conflito causou morte de mais de 4,6 mil civis e deixou mais de 8,1 mil feridos.

Laura Gelbert Delgado, da ONU News em Nova Iorque.

O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Humanitários, Stephen O’Brien, está no Iêmen onde ressaltou que a comunidade internacional precisa aumentar seu financiamento a operações que salvam vidas.

Na cidade portuária de Áden, O’Brien disse a jornalistas que viajou à cidade no primeiro voo humanitário da ONU para fornecer ajuda aos trabalhadores da área que têm trabalhado em todo o país desde a escalada do conflito em março de 2015.

Milhões de pessoas

O subsecretário-geral alertou que atualmente quase 19 milhões de pessoas no Iêmen precisam de assistência humanitária. Ele disse ainda que sete milhões não sabem de onde virá sua próxima refeição e estão em grave risco de fome.

O’Brien afirmou que o objetivo de sua viagem também era reunir-se com autoridades de governo e discutir como evitar essa situação e como melhor proteger os civis afetados pelo conflito.

Em Áden e nas províncias vizinhas, 3,1 milhões de pessoas precisam de assistência humanitária. Dessas, dois terços precisam de comida com urgência.

Imparcialidade

Em reuniões com o presidente Abd Rabbu Mansour Hadi, o primeiro ministro Ahmed Obeid bin Daghr e outras autoridades, o chefe humanitário da ONU destacou a necessidade de que todos os envolvidos no conflito respeitem a lei internacional humanitária, protejam civis e infraestrutura e permitam acesso irrestrito e imediato a todos aos trabalhadores da área.

Devido à urgência da situação, eles também discutiram a necessidade de facilitar a importação de comida, combustível e remédios em todo os portos do Iêmen e a retomada de voos comerciais a todo o país.

Na área de Áden, mais de 55 organizações humanitária estão trabalhando para atender as necessidades mais urgentes. O’Brien afirmou que as agências estão no local para ajudar e fornecer assistência “neutra, imparcial e vital a todas as pessoas que precisam, independente de onde estejam no país”.

Recrutamento de crianças

Nesta terça-feira em Genebra, o Escritório da ONU para Direitos Humanos afirmou ter recebido relatos do recrutamento de crianças para serem usadas no conflito armado no Iêmen, principalmente pelos Comitês Populares afiliados aos Houthis.

No total, entre 26 de março de 2015 e 31 de janeiro de 2017, a ONU pôde verificar o recrutamento de 1.476 menores, todos meninos.

No entanto, a porta-voz do Escritório, Ravina Shamdasani, afirmou que os números provavelmente são muito maiores já que, por medo de represálias, muitas famílias não falam sobre o recrutamento de seus filhos.

Ela citou ainda novos relatos, da semana passada, de crianças que teriam sido recrutadas sem o conhecimento de suas famílias.

Segundo o Escritório da ONU para Direitos Humanos, entre março de 2015 e 23 de fevereiro de 2017, o conflito no Iêmen causou a morte de mais de 4,6 mil civis e deixou mais de 8,1 mil feridos.

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